Obviamente não poderia deixar de fazer uma postagem sobre o
grande mestre da arquitetura brasileira e também mundial, Oscar Niemeyer, que
faleceu ontem, aos 104 anos de genialidade.
Não vou fazer um histórico sobre o arquiteto, pois isso está
aos montes nas notícias de hoje, mas gostaria de salientar alguns pontos
característicos dele, junto ao histórico esportivo já que o Gol da Arquitetura
trata deste assunto.
Niemeyer é famoso por seus conceitos e idéias
político-sociais comunistas. Todos seus projetos não eram baseados nas
necessidades do cliente exclusivamente, mas na qualidade que a obra
proporcionaria aos usuários e à cidade. Ateu, o arquiteto projetou com amor
extremo aos outros, para que as sensações de suas obras despertassem sonhos nas
pessoas capazes de superar ou dispersar os pensamentos e momentos negativos que
o mundo injusto de hoje provoca nas pessoas.
Muitas vezes não cobrou por suas obras, como para o projeto
do troféu do GP de Fórmula 1 no Brasil e também para um esboço de uma escola
com equipamentos esportivos em Limeira, SP.
Oscar tem um projeto executado em Diamantina, MG, para um
clube de tênis, com uma marquise toda cheia de curvas, traço que preferia ao
reto que era tendência na época em que começou sua carreira. Marquise esta que
ele também projetou no parque do Ibirapuera, em São Paulo, interligando seus
projetos e que hoje, em reforma, é palco e paixão de skatistas, patinadores e
ciclistas.
Apesar de não atuar tanto na área esportiva, Oscar Niemeyer,
junto a José Carlos Sussekind, fez uma proposta para a Copa 2014, para a cidade
de Rondônia. O projeto não seguiu adiante, pois a cidade não foi escolhida para
uma das sedes oficiais. A proposta, claro, não tinha formas retas, de um
retângulo, somente em planta, e tinha um
teto retrátil, que possibilitaria o uso noturno e diurno independente das
chuvas - característica da região (muito úmida).
“O futebol é um jogo que cria tantas surpresas... A bola não vai reta
para o gol, tem aquele arranjo todo, aquela troca de passes...”
Oscar Niemeyer para o Esporte Espetacular, Globo, 2006
Niemeyer também participou de concurso para o Maracanã, em
1942, e, segundo ele, seu estádio seria pior que o estádio que venceu e foi
construído.
“O meu estádio seria pior. Naquele tempo, a
ideia que tínhamos de arquitetura em relação a estádio de futebol era fazer uma
única arquibancada do lado em que o sol não batesse na cara do espectador.
Depois,ao começar a frequentar estádios,vi como era importante existir
arquibancada também do outro lado. O sujeito vê o campo, vê o jogo, mas precisa
ver também a alegria do estádio! Então, um estádio circular, como o Maracanã, é
a solução melhor.” Niemeyer em entrevista a Geneton Moraes Neto, na década de
90.
Leia mais sobre esse projeto no Portal da Copa 2014, clicando aqui.
Curiosidade: O estádio de Wembley, Inglaterra, com a proposta
de reforma de Norman Foster recém lançada, foi comparada a esta proposta de
Niemeyer, pela similaridade no arco.
Atualmente, seu projeto esportivo em execução é o Museu Pelé,
em forma de bola, em Santos, SP.
Sua relação com o esporte não era somente através da sua
profissão, com projetos. Oscar já foi jogador no fluminense (time juvenil) e já
lutou com o ícone do jiu-jitsu, Hélio Gracie.
Fonte:
Fox sports
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