Com a matéria exibida na Globo, a rivalidade entre os clubes Palmeiras e Corinthians veio a tona novamente, desnecessariamente, em forma de piada/insultos de ambos os lados.
"O Corinthians não queria nem o gramado verde, mas terão muito além. Parte do Palestra estará em seu estádio.", mencionou um de meus amigos no facebook com o link para a matéria. Como resposta ainda recebeu "E para sempre continuaremos pisando em vocês", respondeu um Corinthiano.
Motivo
Em reportagem da Globo, o entrevistado Pierre Ziade, responsável por uma usina de reciclagem admite ter pegado material do Palestra Itália, transformado em brita e endereçado ao estádio do Corinthians, sem nenhum do dois saberem. Parece falta de ética do profissional, principalmente pela forma como ele fala, mas, desde quando você tem que saber de onde vem seu material reciclado? Poderia ter mencionado aos proprietários? Sim. Mas porquê? Será que um destinaria seu material a outro local ou deixaria de reciclar por uma rivalidade sem fundamento ao que se diz respeito à sustentabilidade e custos da construção? Para mim, vejo como uma doação de órgãos ou esperma, não podemos e nem deveríamos querer saber a origem da doação, evitando problemas e preconceitos.
A rivalidade pode ser continuada em termos futebolísticos, de forma saudável, mas pode preservar ainda muito dos problemas que temos por violência, pois muitas pessoas não param por aí. E continuando assim, pode dar corda para a longa história de querer acabar com as torcidas organizadas. Leia mais sobre o Ministério Público acabar com torcidas aqui.
Estamos perdendo aos poucos tudo o que o futebol tem de melhor, precisamos preservar, mas garantir que o que temos de ruim também acabe. As pessoas misturam as coisas, é inevitável com a educação que temos no país.
Fatos semelhantes
A reciclagem é uma forma de economizar cerca de 40% dos custos com o destino ou compra de materiais, além de ser uma alternativa mais consciente. Fato semelhante aconteceu na Inglaterra, com a reforma do estádio Olímpico de Londres, para as Olimpíadas de 2012. Nele foram utilizadas armas recicladas para a economia do estádio e também para uma conscientização na área da segurança. Porquê no Brasil, embora a matéria tenha mostrado o lado positivo, o público e inclusive o responsável colocam como uma forma de rivalidade?
Outro caso mostrado essa semana foi o trabalho de um fotógrafo, Gabriel Uchida, que registrou os torcedores mais temidos nas arquibancadas. Faz parte do futebol? Sim, faz. Mas se não fizesse faria uma diferença bem positiva! O grande problema foi que o fotógrafo optou por fotografá-los sem os rostos a mostra. Além disso diz fotografar em seus ambientes naturais, praças, academias onde treinam, etc. Eis que mostra mais uma coisa negativa. Um dos torcedores hooligans (que no futebol britânico são boicotados há tempos) aparece com uma bermuda onde está escrito Gibi Thai, uma academia famosa de muay thai, com um ringue ao fundo, onde o lema deveria ser não usar a arte marcial como forma de violência, mas como esporte. Ou seja, a rivalidade é usada com armas graves, por conta de uma educação baixíssima e irresponsabilidade de quem os treina.
Acima a esquerda, o 'temido da arquibancada' com o shorts da Gibi Thai
Como lidar então para não acabar com o futebol e ainda assim manter parte da tradição? Eu aposto no conjunto de educação, punição e conscientização em massa. Antes da Copa! Ou temo por um possível jogo Brasil x Argentina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário