Ontem tive o privilégio de ser convidada para o pré lançamento do documentário Fla x Flu, de Renato Terra, no Museu do Futebol (no Pacaembu).
O documentário de 85 minutos, que passa voando, alimenta a rivalidade saudável entre torcidas rivais de forma engraçada. Fugindo de depoimentos técnicos, a paixão é documentada e complementada por imagens históricas do clássico futebol carioca que "deveria ser chamado de futebol fluminense, já que se refere ao estado e não à cidade do rio de janeiro", como disse Renato Terra ao fim da apresentação durante um debate.
O documentário não é só para flamenguistas ou fluminenses, nem mesmo somente para cariocas ou fluminenses, nem mesmo somente para quem gosta de futebol. Os depoimentos (de jogadores e de torcedores) são extremamente contagiantes a ponto de conquistar e fazer compreender a paixão pelo futebol e o poder social do esporte na união de pessoas distintas.
O documentário registra também o principal clássico do futebol brasileiro e qualquer torcedor se reconhece em alguma das histórias, ou poderia complementar com outras parecidas. O registro da forma de torcer legítima brasileira, que aos poucos foi se perdendo por normas, regras e também por segurança traz um saudosismo para quem vivenciou tudo isso.
Veja o trailer:
Estes dias mesmo postei sobre o que é ruim da rivalidade excessiva, mas ao ver este filme, vi o que sinto de melhor na rivalidade do futebol. Recomendo este documentário a qualquer pessoa.
A questão da reforma (ou chamada multilação) do Maracanã também foi comentada pelo Sacha e Renato ao término do documentário, ambos acreditam numa experiência diferente. Quem viveu o 'maraca' daquela forma até o fim dos anos 90, não vive mais. "Hoje o estádio é confortável, bom, mas um estádio comum", disse Renato. Já Sacha prefere se manter no bar de sempre onde acredita ter mais energia.
Segundo Renato, o Maracanã agora representa o modo robotizado FIFA de torcer.
Estamos perdendo, com cada atitude, um pouquinho do nosso futebol e muito do jeito brasileiro de viver o futebol.
O fato de que algumas pessoas quererem acabar com os campeonatos estaduais em prol de um calendário de jogos melhor organizado também foi colocada em questão ao término do filme e Sacha se colocou completamente contra o fim. Concordo com Sacha, pois é uma manutenção da história do futebol e segundo ele mesmo disse, "Qual a graça do Flamengo ganhar do Internacional, por exemplo, e num achar um torcedor no dia seguinte para tirar com a cara?"
Enfim, a rivalidade da melhor forma que pode acontecer.
O filme emociona cada pessoa que vê o filme, nos fazendo variar entre olhos marejados e risadas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário