Livraria Cultura

11.6.09

A grama do vizinho não é mais verde!

Nem sempre o vizinho tem a grama mais verde. Pudemos ver no jogo Brasil x Uruguai e até minha mãe comentou da péssima qualidade do gramado! Felizmente, ontem, vimos que a grama no Estádio Arruda já era beeeem melhor no jogo da seleção contra o Paraguai. Nesse post, escrevo sobre o que deve ser feito para se ter um gramado adequado - ainda mais visando a Copa que vêm logo mais.

Não sinto que devo dar o exemplo só do Uruguai, mas também dou o do Wembley, grande estádio, que, após a reforma, também sofreu com a má qualidade do gramado, recebendo críticas de vários jogadores, como Lampard, e técnicos.

A importãncia de um gramado excepcional resulta na segurança física e de performance dos jogadores. O profissional adequado, muitas vezes deixa de ser consultado. Conforme artigo do Engenheiro Agrônomo, Artur Melo, "nas áreas de drenagem, solos (física e fertilidade), irrigação, fisiologia vegetal, monitoramento e controle de pragas e fito moléstias, monitoramento e controle de invasoras, manejo (corte, adubações e outras manutenções), escolha de variedades, plantio, etc; é o Eng Agrônomo o profissional indicado, por atribuição e por direito, para atuar no gramado esportivo, desde a fase de projetos, à sua execução e manutenção."

Alguns dos principais problemas. além da orientação e manutenção adequada de profissionais, vejo como o uso excessivo de estádios para a realização de eventos não esportivos, como shows, visitas do papa, cultos religiosos, etc. Esses eventos, que foram estudo da minha monografia de conclusão de curso ("Espaços para grandes aglomerações"), desgastam demais o gramado. Isso acontece pela ausência de locais adequados para abrigar imensa massa. Os estádios não estão preparados para abrigar com segurança essa quantidade de gente e possíveis tumultos, podem gerar depredações do estádio em si e do gramado. Como exemplo disso, temos o show do Iron Maiden, em Campinas, no estádio Guarani, em 1998, onde além de destruir o estádio pelo cancelamento do show, o público atirou pedaços do gramado no palco.

Apesar dessa minha visão, o engenheiro agrônomo, Artur Melo, diz que eles podem ser realizados sem afetar muito o gramado. Para isso, pode ser usado o "EasyFloor", um produto que "proporciona uma perfeita distribuição do peso por toda a superfície, minimizam o contato do piso com o gramado. Seu exclusivo sistema de ranhuras permite uma completa drenagem do piso e uma perfeita ventilação do gramado, permitindo que fique coberto por até 7 dias, sem que a grama amarele." Claro que junto à esse piso, cuidados como podas e adubações devem ser necessárias para diminuir o impacto.

Além disso, ainda a arquitetura, desde o começo, deve ser pensada para não impedir o mínimo de insolação que a grama necessita para manter-se viva. Voltando a mencionar, o Wembley tem sofrido um pouco com essa limitação dos raios solares que nela incidem.
Diretrizes básicas estipulam como a estrutura, cobertura, etc. devem ser para garantir o sucesso desse gramado. Para isso, no hemisfério sul, além da abertura acima do campo, certa transperência deve ser trabalhada no sentido noroeste (devido ao percurso do sol, somado aos horário comum de realização dos jogos - fim de tarde), dessa forma, além de garantir a insolação da grama, garante uma boa visilidade, coforme trata o artigo de Bruno Camarão. O mesmo trabalho, acontece no Allianz-arena, neste caso, por ser no hemisfério norte, a transparência está no sentido sudoeste.

Enfim... concluindo, a garantia de um palco espetacular para o futebol, se resume na somatória de inúmeros fatores: administração dos estádios e controles de eventos que possam danificar a grama, um bom profissional (engenheiro agrônomo) responsável pela construção de base e manutenção desse gramado, e uma boa arquitetura capaz de não interferir no bom desenvolvimento da grama. Além disso, a conscientização do nosso público (torcedor ou não) tem que ser realizada, já que não temos no Brasil, um costume de manter o que temos. Fato devido à baixa qualidade da educação.

A grama não é somente um problema do Brasil, mas ele também não se safa.


Agradeço, desde já, às informações de Artur Melo, Engenheiro agrônomo e Golf Consultant - contato: artur.melo@gramadosesportivos.eng.br

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