Fruto de um concurso de arquitetura, o rock stadium foi a proposta vitoriosa para um estádio que tem como característica principal a mimetização ao deserto. Encostado nas montanhas, em Al Ain, o estádio aproveita a orientação exata norte-sul para sua implantação e usa a areia do próprio local, que é própria para a construção e diminui os efeitos ambientais da obra.
O estádio foi projetado para 40.000 lugares e fica nos Emirados Árabes Unidos, próximo à fronteira com Oman. O arquiteto responsável, Marwan Zgheib, fundador do escritório MZ architects, do Líbano, passou alguns dias no local com topógrafo, geólogo e especialista no tipo de rocha das montanhas em questão e percebeu que a idéia inicial de um estádio isolado não era tão óbvia quanto usar a montanha como uma das arquibancadas.
O efeito noturno é digno de obras do país. Chama a atenção e será sem dúvida um marco. O valor da obra deve chegar a absurdos 750 milhões de euros - para os que já se arrepiam com os custos da copa.
Abaixo, podemos ver o trecho em marrom mais claro da parte retirada das montanhas para poder encaixar a arquibancada no estilo teatro grego. Em marrom mais escuro, a parte que pode ser mantida.
Algumas coisas no projeto me incomodam bastante, ainda mais por ser um projeto premiado. O tamanho da arquibancada na montanha é bastante desproporcional ao estádio e a vista do topo dela deve ser uma das piores dos estádios contemporâneos.
Além disso, o acesso parece ser difícil e o possível estacionamento também. Não consegui encontrar informações em relação a isso, mas não vi pistas de como pode ser feito. O acesso às arquibancadas é pelos cantos e pelo acesso frontal em destaque. No entanto, muitas coisas parecem agir contra a segurança. E em um local onde 40.000 pessoas podem sair de uma única vez, não ter um acesso definido e com saídas próximas pode ser bastante complicado e caótico.
Outro problema de compreensão que tive é em relação às aberturas da arquibancada das montanhas. No corte não aparece qualquer sinal do local para qual elas levam. Não dá para saber se são cavernas, se são corredores de acesso, mas ambos não fazem sentido e nenhum é seguro.
A vista é, sem dúvida, interessante. Mas com o projeto apresentado, falta compreender muita coisa. Falta muita lapidação.
A cobertura pareceu bastante leve e vai até o limite das arquibancadas, o que é fundamental pela forte insolação.
Bom, como não há muito material, trouxe esse estádio mais como uma notícia, que como uma análise. Vale a pena aguardar alguns anos para ver como ele se desenvolve. Ao ver esse projeto acabei me lembrando de outros projetos que em algum momento tem algo a ver com esse estádio, fica a dica para conhecerem:
Museu do Egito (Vigliecca & Assoc) Esse projeto, também no deserto, apresenta uma característica que, de certa forma, também se esconde um pouco na paisagem. Reparem que nele o acesso é bem definido, mesmo sendo no deserto.
Estádio de Braga (Souto de Moura) Esse estádio, assim como o Rock Stadium, aceita a paisagem inserindo-a no projeto, criando um ambiente interno significativo.
Volcano Stadium 1 (Massaud) Da mesma forma, o solo parece se levantar para abrigar o estádio, sem mostrar suas estruturas aparentemente.
Fonte:
Design Boom
Fubiz
Arch Daily
The National
Fonte:
Design Boom
Fubiz
Arch Daily
The National
Acompanho o blog a algum tempo... Show de bola seu trabalho. Espero que mantenha o site no ar.
ResponderExcluirAbraços, Diego
Obrigada, Diego.
ExcluirPelo apoio e pela visita!
Prentedo manter o blog, sim! Sem idéia alguma de acabar com ele. No entanto, as vezes, fica difícil de publicar frequentemente por conta da vida profissional, que tem melhorado bastante. Mas fique atento, que sempre que possível trarei coisas interessantes porque tem um público bastante interessado.
Obrigada e continue visitando e comentando. Abraços