Após o terremoto devastador no Haiti, em 2010, muitas ajudas ao país foram dadas para a recuperação do país como um todo. O esporte também recebeu doações, como os 5,5 milhões de reais (3 milhões de dólares) doados pela FIFA, por exemplo, para a reconstrução do estádio nacional totalmente destruído com a catástrofe.
Agora surgiu o Project Phoenix, que começa a ser construído este ano em Cite Soleil, e é responsável por trazer ao país um novo estádio, capaz de trazer empregos para a população sofrida com os problemas de economia após o ocorrido. Além disso, o estádio deve contar com um programa para trabalhar com jovens a prática de esportes e noções de trabalho em equipe. O estádio também deve contar com escola fundamental e ensino médio, dormitórios, espaços de treinamento para o futebol local (paixão nacional) e espaços complementares sustentáveis como um lago com peixes, um jardim comestível, um plano de reciclagem e uma composteira.
A equipe trabalha com 2000 jovens e inclusive participou, pela primeira vez, do Homeless World Cup 2010, no Rio de Janeiro. (Leia mais sobre o que é o Homeless World Cup)
O conceito do estádio é que ele pareça surgir da terra, a mesma que causou todo o desastre.
Parte do entulho gerado pelo tremor e destruição dos edifícios será utilizada para criar montes no entorno do estádio, que virarão as próprias arquibancadas. A ideia é proporcionar eventos de futebol com um custo muito mais em conta que o outro único estádio do país, em Porto Príncipe, caríssimo, ainda mais para uma população que mal tem comida na mesa.
O estádio Phoenix deve abrigar cerca de 12.000 torcedores, podendo ser expandido no futuro, em uma segunda etapa, para 20.000 lugares.
Segundo o arquiteto Carlos Zapata, a arquitetura é poesia e deve ir além das técnicas de construção, mas inspirar não só o Haiti, mas muitas outras pessoas.
O mais interessante da proposta é não ficar nos moldes da FIFA, mas fazer o que realmente o Haiti precisa: custos baixos e proporcionar resultados para a população, mantendo ainda a qualidade profissional de estádio. Para isso, tudo vai ser feito com o que o Haiti tem, sem importar nem mão de obra, nem material. A ideia é fazer com que a população se envolva e leve melhorias às casas dessas pessoas, formando também o caráter das mesmas.
Não tem muito material técnico para analisar, mas esta não é a intenção deste post. A intenção é mostrar o que o futebol pode ser feito para melhoria da sociedade. Já falei várias vezes no blog e a relação futebol e sociedade vem de longa data, com grandes resultados. Vale a pena conferir a leitura já indicada aqui no Blog: "A dança dos deuses - futebol, sociedade e cultura"
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Fontes:
Interessante, principalmente por não se tratar de um projeto "megalomaníaco". Embora não tenha gostado muito dessas bases laterais, que começam no chão...
ResponderExcluirOutra dúvida que fiquei é: Será que não seria interessante ter uma pista atlética, uma vez o baixo custo para a pratica do atletismo?
Abraços, E Parabéns novamente!!!
Sim, é bastante funcional mesmo. Não me incomodou tanto isso de começar no chão.
Excluirsobre pista de atletismo acho que é mais por acompanhar a tendencia de aproximar do campo para que a interação seja maior mesmo. Mas realmente, é um esporte que poderia dar muito certo pelos motivos que você disse. Mas futebol é uma paixão nacional lá, talvez eles mesmos não quisessem.
Abraços.
Muito interessante, principalmente por fazer uso de uma arquitetura diferente e que proporciona um custo mais baixo, algo raro de se ver(que se diga o Brasil, ou a Africa do Sul). Vamos ver agora se isso vai para frente, pois o Haiti precisa mesmo de algo para levantar o humor, muito sofrimento para uma nação só.
ResponderExcluirexatamente. Não rola lá um mercado do futebol, e nem deve. A função social é muito mais importante.
ExcluirObrigada pelo comentário