23.7.09
Estádio Solar
O Arquiteto Toyo Ito, projetou um estádio para o Jogos Mundiais de 2009, em Taiwan, que inclui modalidades esportivas que não são praticadas nem nas Olimpíadas, como, por exemplo, boliche, rugby e paraquedismo.
A principal característica do estádio é o seu funcionamento a base de placas de captação da energia solar, capaz de sustentar cerca de 3.300 lâmpadas e dois enormes telões. O legal que pode ser notado na estrutura do estádio é que a forma de trabalhar com painéis solares envolve a plasticidade. Muitos projetistas simplesmente querem usar a tecnologia sem trabalhar a estética junto, simplesmente "jogando" os painéis nas coberturas. Nesse caso, quase que nem se percebem que são painéis se não for de perto, pois eles tem suas formas disponibilizadas junto à estrutura para fazer o desenho da cobertura.
O estádio tem capacidade de 55.000 torcedores, tendência que se mostra há um bom tempo, mostrando que novos maracanãs não são mais viáveis, por motivos de rentabilidade e até mesmo segurança. O Projeto também tem outros pontos fortes: sua inserção, que interage com o entorno e o simbolismo do estádio que pode ser interpretado como se ele se abrisse para a sociedade, assim como os esportes apresentados ali dentro.
Ainda não entendo bem a notícia que saiu mostrando tamanha inviabilidade de painéis solares no caso do Brasil. Será que o alto custo aqui é tanto que torna inviável? Sol não falta! Em todo caso, são várias atitudes e análises específicas para cada lugar particular que tornam um projeto arquitetônico saudável. São estudos de ventos, entorno, direção do sol ao longo do ano, entre outros fatores que são diretrizes para se escolher os melhores materiais e ponderar o uso de tecnologias estrangeiras que não necessariamente funcionam aqui por termos diferentes fatores climáticos e geomórficos. Além disso, esses são fatores que influenciam diretamente na arquitetura, sem uso de tecnologia ainda, evitando usos intensos de ar-condicionado, usos de iluminação artificial excessiva. Com vários estudos a inserção valoriza percurso do ar para ventilação natural, promovendo frescor entre outros benefícios para a construção, sem necessitar o uso de equipamentos que consomem energia. Esse estudo não é tão comum ver no Brasil por parte de escritórios de arquitetura e engenharia, geralmente mais antigos, com formação mais conservadora, que são os escritório que mais tem espaço no mercado, pela experiência. Falta uma reciclagem dos arquitetos mais antigos (salvo alguns extraordinários). Acredito que a formação hoje em dia, já atenta para os fatores mais ecológicos. Mesmo assim, é deficiente! Muitos arquitetos, no início de carreira também acabam aceitando exigências de mercado, mesmo contra princípios, para ganhar espaço e aí sim, começar a botar suas características, expressividades e conceitos nos projetos de arquitetura, devemos buscar referências e moldá-las, inovando para a Copa de 2014 e ainda criar uma arquitetura brasileira exemplar, inovadora e, para isso, precisamos de espaço no mercado, ou continuaremos com nossos projetos limitados por clientes.
Para mais imagens do projeto de Toyo Ito, no site Arq!Bacana várias fotos e plantas podem ser visualizadas.
Fontes: Arch Daily, Arq!Bacana e Portal Copa 2014
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Bem, eu nao quero ser chato, mas qq um destes estrangeiros: GMP, Aedas, Toyo Ito bate de UM MILHAO a ZERO naquele projeto do SPFC.
ResponderExcluirDuas perguntas:
1- Lilian, este estadio lembra o Olimpico de Pequim ou e impressao minha?
2- Apesar de muito bonito, eu acho que uma "asa" e maior que a outra. Ha algum simbolismo ai?
Pedro
Olímpico de pequim ou berlim? pequim é o ninho do pássaro, que é bem diferente. o de berlim é o que tem uma abertura na cobertura, assim como esse... mas é diferente.
ResponderExcluirNesse projeto esse prolongamento da cobertura, eu interpreto como a parte que estaria fechada e se abriu para a cidade... mas isso é simplesmente como eu interpreto. Além disso, estou postando uma foto aqui para ver o que tem embaixo. essa cobertura deve servir para abrigar alguns equipamentos que são necessário pro estádio: bilhererias, juizado de menores, polícia, lojas de souvenirs, etc. acho que é isso.
Olá Lilian,
ResponderExcluirNão sou arquiteto, muito menos engenheiro, mas como um projeto desse tipo pode não ser viável no nordeste brasileiro? Aqui em Natal, a cidade do Sol, temos cerca de 30 dias de chuva por ano apenas, o resto é muito sol e calor.
Falta um pouco de visão verde e de futuro de nossas autoridades!
Atenciosamente,
Bruno Vasconcelos
Oi Bruno... concordo plenamente. Não entendo muito bem como pode não funcionar. É o que a notícia disse. Talvez seja um custo por painéis solares não serem produzidos aqui. Não sei. Confesso que não sei se o brasil produz essa tecnologia. E se não produz... esta na hora!
ResponderExcluirTambém acho que falta visão verde! Sobre Natal, eu escrevi um post, não sei se você viu. Nele, acabei não elogianto o tanto que a cidade em si deveria, me mantive mais ao projeto apresentado, do qual eu discordo. Ele também vai contra visão verde. No entanto, em natal, bem como é um potencial no nordeste todo (até mesmo bom no litoral brasileiro como um todo) há um potencial de energia eólica! Pouco investida no país. Com a Copa, poderíamos investir nela, não só na energia solar. Ventos no Brasil vem do Sudeste, pegando todo esse litoral que temos. Não tem porque não aproveitar esse momento onde dinheiro vem de todos os lados (governo e investidores nacionais e internacionais) e botar os projetos arquivados em obra, ou até mesmo desenvolver novos!
Muito obrigada pelo comentário
peo amor de deus quantos blogs vc tem ? q saco
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