Esses dias me deparei com uma foto da PGE Arena, em Gdańsk, Polônia, inaugurado em Agosto de 2011, e que será palco também da UEFA EURO 2012, junto ao Estádio de Varsóvia já postado aqui no blog e alguns outros.
Sinceramente, não é extremamente parecido com o estádio Soccer City, em Johannesburg, sede da Copa 2010 África do Sul? Exceto por detalhes da cobertura.Vejam abaixo:
Na minha opinião acho bastante parecido. Tanto no formato, quanto na idéia de trabalhar as cores e nas aberturas. No entanto, todo o projeto da África do Sul tinha uma justificativa e simbologia cultural - A mistura das cores de pele, o formato fazia referência a uma espécia de caldeirão tradicional sul africano. Já a PGE Arena, é relacionada ao âmbar, resina fóssil, que consideram ser original do báltico. A inspiração justifica bem a cor, mas nem tanto a forma, embora o desenhos das estruturas verticais sejam interessantes. A cor é bem próxima do material e deixou o estádio bem interessante sob a luz do dia.
Não é como o caso de cidade-sede Natal, mas o motivo pelo qual escrevo este post é o mesmo. Vale a pena fazer algo tão 'parecido' em um equipamento que custa milhões? Se é para construir, não vale a pena realmente fazer algo único, algo que atraia o interesse de pessoas que nem sempre podem se interessar por futebol, mas também pela cultura do país, pela arquitetura, por marketing esportivo?
A PGE custou cerca de 150 milhões de euros, aproximadamente 450 milhões de reais.
Abaixo, mostro mais alguns detalhes da PGE Arena:
Fotos acima: Magdalena Głażewska
Também me incomoda um tanto a iluminação externa do estádio, onde tem muitos postes obstruindo a visão plena do estádio (ver a primeira foto do post). Há muitas formas de diminuir essa sensação, como posicionar balizadores em ao longo dos caminhos, deixando a iluminação marcada no chão, sem subir postes altos ou diminuindo a quantidade deles, ou, também, dispor trajetos radiais para evacuação e postes dispostos neste mesmo sentido, em eixos radiais.
Podemos comparar também o sistema de revestimento externo e cobertura do Allianz Arena e da PGE Arena (fotos abaixo, respectivamente):
Apesar de utilizarem sistemas construtivos e materiais diferentes, podemos ver a semelha no conceito de uma estrutura de arquibancadas completamente desvinculada da fachada e cobertura - uma ótima solução para estádios que necessitam de reforma sem mexer na estrutura existente das arquibancadas.
O material ETFE é excelente e é o utilizado no Allianz Arena. Já no PGE o material é o policarbonato, leve, mas não tanto como o ETFE, e apresenta problemas de durabilidade, limpeza e amarelamento do material com o tempo. O efeito é completamente diferente (assim como seu custo) e, com a iluminação, ambos mostram parte do interior por sua leve transparência. No entanto, na PGE arena, essa transparência, junto ao material e a cor amarela, já dão uma impressão de sujeira ou envelhecimento - ou não?
Suas arquibancadas são levemente trabalhadas, num sistema aleatório das cores, mas sem simbolismos ou grafismos.
Internamente, podemos ver a estrutura da cobertura, a qual não passa muito a sensação de leveza. Mas podemos ver, claramente, seu sistema estrutural. A iluminação no gramado também pode indicar problemas com insolação no gramado no futuro, pois mostra uma cobertura no estilo europeu, onde a cobertura vai até o começo das arquibancadas, e sem muita transparência, prejudicando a sobrevivência do gramado.
Acabei colocando algumas opiniões próprias deste estádio, mas para mostrar um pouco deste novo equipamento que, para mim, não representa nada demais, nada surpreendente.
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