Tardiamente, estreio com o primeiro post de 2012 e com um tema bastante polêmico baseado em várias discussões realizadas em inúmeros blogs, mas mais inspirada no texto do meu amigo e jornalista Thiago Arantes, no blog Boteco do Arantes.
Sempre defendi aqui no blog as múltiplas atividades para um estádio de futebol. colaborando com a sustentabilidade financeira do equipamento, mas, também, sempre salientei a importância do planejamento dessas mesmas modalidades esportivas e/ou outras atividades a fim que todas elas tenham espaços adequados para sua realização sem conflitar com as outras funções, principalmente com o futebol.
Desta forma, vejo como forma negativa o uso do campo. Este uso acaba com o gramado, mesmo com os equipamentos colocados em cima. E isso serve tanto para a colocação de palcos, grandes públicos e exposições sobre o gramado.
Contextualização
Com a disseminação do UFC no Brasil, com o retorno do evento ao país (com dois eventos recém realizados) o Brasil começou a consumir o MMA e a vincular este esporte com clubes - tanto com patrocínios de atletas por clubes brasileiros, mas também com atletas sem pudor, como Chael Sonnen, que somente fomentou uma rivalidade de clubes de futebol, dentro do eventos de lutas marciais.
Academias estão cada vez mais cheias de alunos que vieram com essa onda do UFC sem ter claro em suas cabeças as maiores regras de respeito e disciplina que as lutas pregam - muitas vezes pelos próprios atletas como também por academias mais 'picaretas' que existem em toda parte do país.
Segurança
Há muitos anos o Brasil tem estudado e se preocupado com meios de minimizar a violência em estádios de futebol, e essa preocupação tem aumentado desde o anúncio do país como sede da Copa do Mundo FIFA 2014. O policiamento excessivo (errôneo ao meu ver, pois agem com brutalidade desnecessária) na portas dos estádios, a restrição de bandeiras com hastes e a retirada das cervejas dentro dos estádios são tentativas de diminuir a violência.
Técnicas arquitetônicas vem sendo estudadas a fim de deixar o público mais próximo do campo, sem barreiras visuais ou físicas a partir do momento em que a população mudar o comportamento - deixando os estádios como já são em muitos países. Alguns estádios da Copa do Mundo já preveem esse tipo de comportamento.
No entanto, a chegada do UFC repentinamente, sem conscientização da população e o vínculo de atletas com as torcidas organizadas (José Aldo, por exemplo), alimentando as diferenças e rivalidades clubísticas de futebol faz com que todo o trabalho ande na direção contrária. As torcidas organizadas aos poucos tentam se desvincular de algumas imagens negativas, e, leigos de hoje, podem ver o vínculo de 'briga' do UFC com as torcidas e clubes em estádio.
Não haveria problema em um clube patrocinar um atleta se este não fomentasse uma rivalidade como a Corinthians (Anderson silva) x (Chael Sonnen) que nem palmeiras deve saber direito o que é.
Um clube brasileiro está tão alucinado com este 'novo' evento como o povo brasileiro, que comprou adotou a imagem de um atleta (Sonnen) que há poucos meses denegria o Brasil e sua inteligência a troco da visibilidade baseada na rincha futebolística.
Os estádios
A vontade de fazer dinheiro é tamanha que passaram de espaços com porte adequado para o estádio do Pacaembu.
"Além das arquibancadas, haverá público em cadeiras no gramado, mas ele deve ficar entre 10 e 15 mil lugares." (Fonte: UOL)
Um estádio como o Pacaembu ou o Morumbi (questionado anteriormente) ou qualquer outro estádio é, de fato, inadequado a um evento destes. No mínimo a visibilidade é completamente debilitada. A grande imensidão do público, deverão pagar seu ingresso a preços um pouco mais baratos pela massificação e terão uma visibilidade ridícula, apoiadas por telões.
A distância ideal para se ver uma jogada de futebol é de 91m do assento mais distante. A maioria de nossos estádios tem mais que isso. Se já é difícil ver um passe ou drible bem feito a essa distância, podemos imaginar como deve ser assistir a técnicas de luta, golpes encaixados a uma distância maior que está atrás do alambrado do octógono. Quem vai ver, vai continuar sendo o público VIP, nem mesmo estes 10-15 mil prometidos. Então questiono a realização em um estádio de futebol.
À beira de um evento como a Copa do Mundo e Olimpíadas o uso de estádios com este fim é, no mínimo, incompreensível socialmente pela indução errônea de comportamento, mesmo sem ser em estádios da Copa 2014.
Para finalizar, o desrespeito com a bandeira nacional é tamanho que fere o patriotismo e a própria imagem de unidade social.
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