Livraria Cultura

31.5.09

As Cidades fora da Copa

Antes de detalhar todas as questões das cidades escolhidas pela FIFA, acho melhor mostrar o porquê das outras (Florianópolis, Campo Grande, Belém, Rio Branco e Goiânia) ficarem de fora. É mais interessante começar mostrando a visão geral da estratégica trabalhada, sem focar tanto nos estádios ainda.

Os intuitos das Copas serão:
1- Promover o evento com maior excelência possível, e, de preferência, superando a Copa anterior à que está em questão;
2- Promovê-la visando os benefícios necessários ao país, nos âmbitos que forem convenientes a ele.

No quesito 1 estão os termos técnicos de estádio, infra-estrutura existente (transporte, saúde, hotel, de turismo, etc). Já no número 2, então as questões das regiões que necessitam de mais investimentos para a população, que já tem potencial turístico, que deveriam ser fortalecidos para uma melhoria da imagem do Brasil no exterior, âmbito financeiro. Para isso, a estratégia consiste em abordar as diferentes culturas do país, representando todos os tipos de beleza natural, festas tradicionais, arquitetura, população, características regionais como centro financeiro, foco na culinária ou artesanato. Enfim, grande abordagem. Além disso, aproveita-se para ver qual construção ou reforma de estádio vai trazer investimentos públicos ou privados mais investimentos externos no país. Para atender as exigências da FIFA, não é necessário somente o atendimento das questões do estádio em si, mas das proximidades. Isso já é um ponto a ser estudado: a construção de um estádio implica na construção ou garantia de um hospital de qualidade ao redor, existência de hotéis decentes e um aeroporto e acessos funcionando adequadamente. Se a cidade não tem, terá que ter! Essa já é uma forma de conseguir um desenvolvimento das cidades.

Agora focando nas cidades

Florianópolis:
Fica entre Curitiba e Porto Alegre, que tem estádios que dificilmente ficariam de fora devido aos critérios técnicos. Já é potencial turístico, é super bem estruturada e a distância, tanto de Porto Alegre, quanto de Curitiba é pequena (ainda mais levando-se em conta o tamanho do país). Dificilmente deixará de ser visitada por pessoas que forem ver jogos no Rio Grande do Sul ou Paraná. O povo brasileiro mesmo se encarregará de indicar Florianópolis com muito orgulho. O terceiro setor, assim como em qualquer cidade-sede, será o que mais lucrará. Além disso, por ser tão próxima, e ter se candidatada, terá muita facilidade de hospedar federações, centros de treinamento e hospedar turistas estrangeiros E brasileiros. Resumindo, vai ter seu turismo ainda mais fortalecido, não precisa tanto de investimentos como outros estados e, querendo ou não, outros estádios tinham propostas mais atrativas.

Belém:
A questão de representar a Amazônia ficava entre Belém e Manaus. No caso, Belém perdeu por uma questão mais técnica. O projeto do estádio em si (ainda sem levar em consideração o uso) era muito superior, sem nenhuma brecha para as exigências da FIFA, oposto do Mangueirão. Manaus apresentou um projeto nitidamente digno de Copa. Alguns cogitam o custo, mas entra o quesito nº2. O circuito turístico que um visitante percorrerá, investindo e consumindo no país, as outras infra-estruturas que o estádio deverá trazer consigo. Belém já é mais bem estruturada, e nisso, o desenvolvimento no país será menor. Além disso, em Manaus os resultados pós-copa serão maiores. Belém ficou fora por Manaus ter maior viabilidade, maior retorno e não por um problema próprio.

Campo Grande:
Ficou de fora porque trará mais benefícios pro país e investimentos próprios pela fronteira com 5 estados que hospedarão a Copa, podendo muito bem hospedar seleções e ter seu potencial turístico fomentado pelos turistas que estarão ao redor e próximos, da mesma forma que Florianópolis. Além disso, se o Morenão tinha um bom projeto, não souberam vender tão bem o peixe, pois o Estádio Verdão, de Cuiabá, mostrava mais pontos técnicos estruturados, solucionados e até questões mais ambientalmente corretas, já que o lema desta copa tende a ser “uma Copa verde”.

Rio Branco:
Aí entra a questão de projeto, ambientalmente correta, mas faltava muita infra-estrutura ao redor, tem uma inserção, pelo que foi mostrado no projeto um tanto estranha. Talvez entre a questão de vender o peixe. De qualquer forma, depois do projeto de Manaus e dos benefícios e da igual competência de representar a Amazônia, ficava difícil para qualquer outro estado do Norte entrar no páreo.

E, por último, mas não mais importante, Goiânia:
Talvez a que possa se sentir um pouco injustiçada. Tem um projeto muito bom, o Serra Dourada, feito por um tremendo arquiteto, Paulo Mendes da Rocha, perdeu SIMPLESMENTE pela proximidade de Brasília (cerca de 2 horas), que é representada bem pelo Mané Garrincha. Na alternativa dele, na minha opinião, entrou Recife, que tem um projeto um tanto estranho, vizinho a Recife (como fazer a copa em são paulo, e o estádio sem em Osasco...????) parece ignorar toda Recife e seus problemas, criando uma "cidade da Copa"... mas isso entra no estudo de Recife mais adiante... como era entre o nordeste todo próximo, ou goiânia, acho que a proximidade da Europa e potencial turístico entrou a favor de Recife.

Enfim, nos próximo dias, posto cidade a cidade, os problemas e pontos positivos. Mas, saliento aqui, que ninguém saiu perdendo em não sediar a Copa. O motivo, foi o plano-mor: Brasil e seu desenvolvimento, sem tirar qualidade do evento que é Mundial antes de ser brasileiro.
Copa do Mundo NO Brasil, 2014.

Anunciadas as cidades-sede pela FIFA!

Joseph Blatter anunciou há poucos minutos as cidades escolhidas:

Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

Para quem conferiu meus palpites, exceto pela cidade de Goiânia, pela qual fiz uma ressalva, devido à proximidade com Brasília, meus estudos se comprovaram! Aos poucos postarei aqui, essas análises, cidade a cidade, mostrando o percurso de reformas e investimentos pelas quais todas essas cidades devem passar.

Segundo Joseph S. Blatter, presidente da FIFA, também mencionou que infelizmente não é viável ser realizado em todas as cidades e por isso, foram escolhidas somente 12 cidades. Além disso, Blatter chama o Brasil de um continente, pelo seu território.

29.5.09

De especulações a mídia esportiva vive

Bom, o site Portal da Copa 2014 e o colunista Ancelmo Góis da globo.com, publicaram hoje mais uma "especulação", na minha opinião, sobre as possíveis já escolhidas 12 cidades-sede.
Se forem estas mesmo, meus palpites no post anterior foram bem positivos, sinal de que meus estudos estão coerentes. Somente Goiânia ficaria de fora (e ainda fiz a ressalva por ser próxima demais de Brasília e, portanto, por interferir na estratégia logística do turismo no país durante a Copa).

Em todo caso, prefiro esperar o pronunciamento oficial da Copa.
A partir daí, considerarei meus palpites um sucesso... e aí sim, mostrarei aqui no blog, com mais credibilidade, os pontos positivos as orientações que cada cidade deverá tomar para conseguir se adequar direitinho para um evento exemplar.

Sobre os "furos" que esses jornalistas divulgam, acho que só faz é trazer menos transparência, e menos credibilidade. Caso uma cidade seja alterada, coisa que a FIFA ainda tem direito, a credibilidade vai pelo ralo.

28.5.09

Comportamento nos Estádios

Desde o primeiro semestre na faculdade um tema sempre me instigou: a proxêmica. Era uma coisa que ninguém dava muita bola durante toda a faculdade. No entanto, eu (e minha amiga, Lia Takata, sabe muito bem), já realizei testes pessoais para ver se funciona e realmente, é extraordinário!

A proxêmica consiste na forma como as barreias, objetos etc, são dispostos de forma a alimentar um percurso, um olhar ou qualquer outro tipo de comportamento através de cores, alturas, tamanhos, etc. Alguns exemplos de gente que usa a proxêmica e lucra com isso: Livrarias - a disposição dos livros de lançamento e mais vendidos na porta é atrativa, já a mesa redonda delas (lembro bem de ser assim na Saraiva) faz com que você percorra e chegue a outra estante e isso te faz andar por um bom pedaço da loja mesmo sem ter pensado em comprar um livro antes de passar pela porta. Outro exemplo são os supermercados: os produtos mais caros estão sempre nas alturas dos olhos, os intermediários em cima e os mais baratos embaixo. Os Mc Donald's, as mesas não foram feitas para serem confortáveis, pois a idéia é que você coma e vá embora.

Acho que um estudo nunca foi feito de proxêmica em estádios. Acho que se juntasse um estudo desses com outros métodos de policiamento, o comportamento da torcida poderia ser mais controlado tornando-se um evento mais fácil de se frequentar por famílias inteiras.

Quem quiser dar uma olhada, um artigo meu mais completo foi publicado pela Universidade do Futebol. Ainda vou pesquisar mais sobre o assunto e, conforme forem surgindo novidades, elas serão postadas aqui. Além disso, recomendo o site da Universidade do Futebol, pois lá podem ser encontradas matérias, vídeos, fotos, notícias sobre todas as áreas que estudam o futebol.

O Blog no Jornal Destak do RJ

Hoje, dia 28 de Maio de 2009, o blog Gol da arquitetura foi publicado como sugestão no site Destak do Rio de Janeiro. Para ver a edição online, clique aqui! (página 15)




Vivaldão

Há uns dias escrevi o post sobre o Vivaldão, estádio para Manaus, e logo vi no blog Casa do Torcedor um ponto de vista diferente sobre a construção do mesmo. Quem quiser dar uma olhada, o blog publicou sua opinião e, também, um post com os meus recados deixados anteriormente. Vale a pena dar uma olhada, pois é um blog com muitas informações.

Usos inusitados em estádios

Nem só de ingressos pode viver um estádio! É por isso que os times cedem suas casas para shows de grandes bandas e outros tipos de eventos (como visitas do Papa, por exemplo, hahaha). Por isso, a maioria das administrações tem trabalhado ambientes dentro dos estádios como restaurantes, por exemplo. No Allianz-Arena, em Munique, são 2, belíssimos por sinal, um de cada time dono da casa: o Bayern e o TSV e fornecem atrativos aos clientes que ali consomem como pratos típicos, ótimo serviço de atendimento, etc. Outro uso bastante comum é a disponibilização de espaços privilegiados, com vista para o capo, para a realização de eventos corporativos. No Brasil, o SPFC, no Morumbi, tem uma mega loja de artigos esportivos e licenciados do São Paulo (e a que mais vende de toda a rede). O Pacaembu, com o Museu do Futebol, que já entrou para a lista dos pontos de cultura mais visitados de São Paulo.
Enfim, são inúmeros os usos. No novo Wembley até casamentos são realizados.
Hoje estava perambulando por alguns sites e achei uma capela luterana/católica romana dentro do estádio Commezbank-Arena, em Frankfurt. É pequenina -longe de ser algo relevante perto do tamanho do estádio -, cerca de 25 lugares, 90m², com configuração do espaço flexível e lá, são realizados eventos como casamentos e batismos ocasionalmente (somente luteranos por conta de diferenças nas questões teológicas. Não sei o quanto isso colaboraria com a renda do estádio, creio que seria ridículo, atualmente não colabora com nada pois foi fechado um acordo de 20 anos. Mas achei engraçado. Já é o terceiro na Alemanha. O mais legal é que muitos dos equipamentos foram desenhados por um artista e ficou, digamos, interessante. Pequenina mas simpática. Não tem nada significante de arquitetura, somente umas cadeiras, uma cruz e mobiliário básico de apoio. Pois mais pelo uso e, para quem se interessa, pelo design do mobiliário assinado pelo Professor Werner Pokorny.



22.5.09

Palpites das cidades-sede

Bom, antes da FIFA anunciar as cidades eu quero fazer um teste pra ver o que eu acerto. Ao mesmo tempo vou dar umas explicações do porque das minhas escolhas:

As que penso que serão escolhidas são, dividido pelas regiões:
Norte: Manaus (Vivaldão)
Nordeste: Fortaleza (Castelão), Natal (Estádio das Dunas), Salvador (Fonte Nova)
Centro-oeste: Estádio Verdão (Cuiabá) e Brasília (Mané Garrincha), Goiânia (Serra Dourada)
Sudeste: Belo Horizonte (Mineirão), São Paulo (Morumbi) e Rio de Janeiro (Maracanã)
Sul: Porto Alegre (Beira-Rio) e Curitiba (arena da Baixada)

As que ficariam fora:
Recife (Arena Coral), Rio Branco (Arena da Floresta) , Campo Grande (Morenão), Belém (Mangueirão) e Florianópolis (Orlando Scarpeli)

Tenho algumas dúvidas, mas acabei escolhendo as que pra mim seriam mais viáveis relacionando o projeto de estádio com o pisicionamento no país para fomentar o turismod e forma eficaz e mais algumas informações que venho lendo por aí.

Acredito que a abertura será em Brasília e o encerramento no Rio de Janeiro.

Embora o Portal da Copa 2014 (http://www.copa2014.org.br/) tenha postado um "furo de reportagem" na qual divulgaram quais seriam as cidades-sede já escolhidas até ontem, faltando somente a decisão entre manaus e belém), ainda assim eu coloco os meus palpites (diferentes do que foi anunciado). Após um tempo o portal cortou a notícia pela metade, como se tivesse sido censurado.

As minhas justificativas por escolher manaus e não rio branco ou belém é simplesmente pela qualidade do projeto apresentado, a mesma possibilidade de representar a Amazônia e pela possibilidade de alavancar investimentos na região. Entre Cuiabá e Campo Grande, o mesmo motivo, qualidade de projeto e qualidade de representar o pantanal. Recife no caso, pode ser q seja escolhido pois é potencial no turismo, no entanto, não deixará de ser visitado pela proximidades com outras cidades que podem ser sedes e que apresentaram projetos muito mais interessante como o fonte nova. Sobre o Mangueirão e o Orlando Scarpeli ambos não souberam vender o peixe. Também pode ocorrer do Serra Dourada não ser sede, apesar da qualidade, pela proximidade ao Máné Garrincha. Todos esses comentários foram baseados no que vi de material sobre os estádios concorrentes (eles estão no portal da Copa 2014). Alguns tem mais de um projeto lá, talvez um antes e depois, não sei. Considerei sempre a melhor das opções.

Tenho quase certeza de que Morumbi (apesar de achar q ter outro estádio traria mais benefícios à sociedade), Maracanã, Mineirão, Beira-rio, Arena da Baixada, Mané Garrincha e Fonte nova não vão ficar de fora.

Vamos ver se acerto boa parte. Ao menos espero. Independente de acertar ou não, vou tentar fazer uma análise dos pontos positivos que justificaram a escolha de cada uma das cidades depois do dia 31 e os pontos negativos, falando o que eu acho q teria que ser melhorado em cada um dos casos.

20.5.09

Projetos começando a se destacar

10 dias antes da FIFA anunciar as cidades que sediarão a Copa do Mundo 2014, no Brasil, algumas atualizações de projetos são apresentadas e se destacam. Além disso, dizem as más linguas que já vazou a informação e que a FIFA já teria decidido quais seriam as sedes, salientando somente uma dúvida em relação a 2 cidades.

Há poucos meses, pouca coisa se destacava em relação ao que conseguimos ver de novos projetos para os estádios que hospedam a Copa do Mundo. Nesta semana me deparei com novos projetos, atendendo críticas pontuais da FIFA sobre os projetos apresentados anteriormente.
Inicialmente, o projeto do Beira-Rio, pelo Hype Studio, era o que se mostrava mais atrativo, já atendia booooa parte das exigências da FIFA e também propõe melhorias urbanas na orla, além de garantir um retorno financeiro futuro, garantindo o investimento pós-copa através do turismo.

Acho que devemos dar uma certa atenção agora, também aos estádios propostos por Manaus Estádio Vivaldo Lima - Vivaldão) e Goiânia (o famoso Serra Dourada).

O Vivaldão, projetado pelo escritório Gerkan Marg und Partner (GMP), que projetou estádios para a Copa da Alemanha, será um dos que tem mais investimento: 500 milhões. O número parece assustador, mas Manaus salienta que se não houver investimento privado, o estado arcará com tais investimentos. Estão realmente aproveitando a chance de investir que a FIFA e a Copa do Mundo, propiciam ao país sede. O projeto tem bastante simbologia envolvida, fazendo referência às cestas de palha e as escamas dos répteis nativos na amazônia. Os arquitetos buscaram mostrar a Amazônia ao mundo e ficou, ao menos estéticamente interessante. Eles também diminuiram a quantidade de torcedores (já que hoje nem se constroem mais estádios enormes devido à inviabilidade da segurança) e construiram novos acentos VIPs, para isso, afundaram o campo de jogo em 2 metros, melhorando a visibilidade.

Já o Serra Dourada, de Paulo Mendes da Rocha, atendeu as críticas da FIFA e cobriu as arquibancadas em 100%. Além disso, um prédio anexo, atende perfeitamente as exigências da FIFA em relação a parte de suporte ao desenvolvimento da Copa, acesso de jogadores, da própria fifa, mídia, etc. Separando esse setor funcional e facilitando o acesso de ambas as partes.
a única preocupação que eu tenho é com o entorno, embora o Serra Dourada seja servido de boas avenidas e seja próximo do aeroporto (como apresentado no vídeo explicativo da candidatura de goiânia - fico em cima do muro pois não conheço pessoalmente e ainda não tive tempo de estudar) parece ter uma boa área ociosa ao redor que poderia ser bastante explorada! Bom, isso ainda verei e depois posto alguma coisa sobre isso.

Imagino que, de agora em diante, principalmente depois do dia 31, quando a FIFA divulgue as cidades, as propostas comecem a dar uma boa deslanchada e aí sim a gente vai começar a se surpreeender.

Ahhh, conforme esses boatos, Brasília seria a cidade onde será a abertura e o Rio onde será o encerramento. São Paulo, que gostaria de abrir o evento, ficaria de fora. (imagino eu que por conta de não fazer o máximo, mas o mínimo). Vamos esperar o anúncio que será feito em Nassau, Bahamas, dia 31 de maio as 14:00 (horário de brasília.

Quem sabe são paulo não consegue sediar o congresso da FIFA...





Vivaldão, Manaus, Gerkan Marg und Partner



Serra Dourada, Goiânia, Paulo Mendes da Rocha



Beira-Rio, Porto Alegre, Hype Studio

19.5.09

Modernização visionária dos estádios italianos

Este artigo foi publicado pela Universidade do Futebol. Quem quiser pode ler lá e comentar lá!
http://www.universidadedofutebol.com.br/Universidade09/2009/05/1,2021,MODERNIZACAO+VISIONARIA+DOS+ESTADIOS+ITALIANOS.aspx?p=4


Depois de sair na capa do The Wall Street Journal, no qual a Itália é caracterizada por ter o campeonato mais deficiente da Europa e, há tempos, em declínio, o país mostra que se prepara para a modernização de seus estádios. O primeiro time que iniciou esse desenvolvimento em série foi a Sampdoria, embora quem tenha realmente realizado tenha sido a Juventus, que tem a previsão de conclusão de seu novo estádio para julho de 2011. Com capacidade de 40.200 torcedores, o projeto do clube de Turim propõe uma arena junto a uma zona comercial e uma grande área verde pública dando maior ênfase à circulação, aos padrões máximos de segurança e à ausência de barreiras arquitetônicas. Esteticamente, já podemos notar que se trata de um estádio com um padrão de qualidade mais próximo dos padrões europeus.

Logo em seguida da Juve, outros times se manifestaram no desenrolar de seus próprios projetos e investimentos, como a Fiorentina, Roma e Lazio, Palermo, Udinese, Inter e possivelmente o Cagliari. A primeira agremiação é a que parece ter um empreendimento mais ambicioso: une o estádio a uma rede hoteleira e um parque temático “futebolístico”, o primeiro no mundo, que já foi considerado a futura “Disneylândia do futebol”.

O hotel, neste caso, é fundamental ao suporte do parque e, principalmente, à validação do estádio para grandes campeonatos europeus ou possíveis Copas do Mundo, exigência da Fifa. Além disso, se aproveita de uma arquitetura mais abstrata para atrair o turismo.

O projeto da Sampdoria foi o primeiro apresentado, mas aguarda uma posição do governo, que alegam que a construção de um estádio é o último dos problemas na região. Embora não enxerguem que exatamente ele pode ser o solucionador direto e indireto de muitas carências sociais. Até dezembro de 2009, a equipe do Sul da Itália espera que as obras sejam retomadas – ou, então, será aberta mão de um projeto interessantíssimo.

O Palermo, por sua vez, foca na utilização diária do estádio, principalmente pelos italianos da região, mas também não rechaça ideia de acentuar o turismo. Em Udine, uma reestruturação da cobertura e das funções, comércio que o estádio pode abrigar, é estudada.

Roma e Lazio, que apresentam seus projetos dia 5 de maio, estão bem avançados, “só” faltando um local definido para sua inserção (?) – um tanto estranho ter um projeto sem ter as diretrizes básicas para o que todo arquiteto ou engenheiro considera ser instrumento mínimo para começar um projeto que visa melhores estudos de circulação, urbanismo, estrutura, etc. -, no entanto, demonstram preocupação em acompanhar o investimento italiano.

Resumidamente, o que dá para ser notado é que todos fizeram uma profunda pesquisa, principalmente dos estádios ingleses, alemães e alguns dos estádios portugueses. A maioria concorda que o modelo a ser seguido é o modelo inglês, pois proporciona melhor visão aos espectadores, melhor segurança e onde acontecem diversas atividades que sustentam os custos de manutenção do estádio.

No entanto, há uma grande semelhança de algumas propostas com os estádios alemães, em especial a Allianz Arena, de Munique, onde jogam o FC Bayern München e o TSV 1860, e também com o estádio de Gelsenkirchen, onde joga o Schalke 04. O fato é que a Itália não só quer alcançar o nível de infraestrutura europeu, mas também quer superar esse padrão de qualidade. Embora o processo venha acontecendo de forma lenta, muita dedicação é o lema dos times italianos.



Imagens da proposta da Fiorentina,

Possíveis razões da situação atual

Há um estudo histórico–sociológico que justifica um pouco o que foi mencionado no jornal americano. Segundo Gianlucca Vialli, a explicação mostra uma relação da história da Inglaterra e da Itália à relação desses países com o esporte.

Considerada um dos maiores destaques em qualidade do futebol e infraestrutura, a Inglaterra conquistou o mundo a partir do momento em que se dedicou ao ataque. Já a Itália, depois do declínio do império romano, foi sempre invadida e nunca aprendeu a se defender. Dessa forma, chega-se à conclusão de que a Itália espera sempre estar em situação crítica para tomar uma posição, como podemos notar agora, que se manifestam para reconquistar o prestígio do futebol no país.

Além desse estudo, há outros motivos que podem ser levantados como razão dessa forma acomodada como a Itália se comportou nesses últimos anos: o comportamento social baseado na maternidade e os escândalos de corrupção, pelos quais o futebol passou.

A sociedade italiana é uma organização na qual os indivíduos demoram para largar a casa da mãe – isso demonstra uma falta de independência, uma demora de todos para partir para a conquista de suas necessidades. Não é uma crítica, mas é a cultura da nação local.

Juntando aos escândalos de corrupção, que custou à Juventus dois títulos e que resultou, também, em penalizações ao Milan, Lazio e Fiorentina, o futebol italiano sofreu com a perda pela paixão ao futebol de muitos torcedores. Esse fator se mostra visível pela queda de público de 25% no Calcio, enquanto, na Inglaterra, a nação visionária, um aumento de 18%. A Alemanha, que também se mostra agressiva nesse setor, teve um aumento de público de 20%.

A Itália, com esses resultados negativos, parece agora se dedicar a reverter o que a faz levar críticas e buscar não só a melhoria, mas a superação. Essa atitude levará o país a uma maior evolução ainda no futebol da atual campeã do mundo, assim como recuperará seu público torcedor e ainda terá grandes retornos financeiros às equipes.

Bibliografia

http://www.gazzetta.it/Calcio/SerieA/Squadre/Fiorentina/
http://www.ilmessaggero.it/articolo.php?id=55590&sez=HOME_SPORT
http://www.juventus.com/
http://www.repubblica.it/2009/03/sport/calcio/wsj-serie-a-in-crisi/wsj-serie-a-in-crisi/wsj-serie-a-in-crisi.html http://www.studiozoppini.it/

13.5.09

Morumbi na Copa... Voto: Não!

Começando com um tema polêmico para deixar esse blog apimentado:
O Morumbi não deve ser palco para a Copa do Mundo de 2014, em São Paulo.

Segundo o Portal da Copa de 2014, a FIFA analisará um projeto de um novo estádio a ser construído como alternativa ao Morumbi antes de anunciar, no dia 31 de Maio, as cidades que serão sedes. Defendo com unhas e dentes essa especulação de um outro estádio. Não é porque o Morumbi é o melhor estádio em São Paulo, que ele seja adequado. Além disso, contesto, como arquiteta e urbanista, muitas opções feitas, até agora, pelo Estado e pelo próprio arquiteto Ruy Ohtake, segundo palestra que este deu no Fórum ESPM Copa 2014 – Impactos sócio-econômicos e oportunidades de negócio, em Abril. Listo agora, os motivos pelos quais vejo pontos positivos em ter um novo estádio:
· A dificuldade do acesso ao Morumbi – de carro, é melhor nem comentar! De metrô, teremos a linha 4 amarela: uma única estação com um público em massa nos horários de saídas de jogos, mais o público normal pós-evento. O transporte é ponto focal atualmente ao se tratar da Copa em São Paulo, por ser nosso maior problema. Neste âmbito, podemos analisar o Morumbi: longe de aeroportos internacionais, e muuuito trânsito do aeroporto nacional, sem estacionamentos consideráveis por perto. Ruy Ohtake, claro!, tem a solução: um estacionamento “estratosférico” com a aquisição de um terreno enorme próximo ao estádio onde terá “um parque/praça para a população” detalhe que sob esta “praça arborizada” tem vários níveis de estacionamento embaixo, tornando-se portanto, uma praça impermeável – tudo o que São Paulo precisa: mais piso impermeável e mais priorização do transporte rodoviário, com novos túneis, novos estacionamentos, novas estradas!
· “A FIFA tem exigências que não condizem com nossos campeonatos portanto, após a Copa, voltaremos algumas partes ao original”: Será que não é esta a oportunidade de desenvolver nossos campeonatos, ganhar mais visibilidade no mundo, tornar nosso esporte mais proveitoso para o país, onde nossos atletas não precisam ser exportados, onde temos boa infra-estrutura e que, por meio desta, recebemos investimentos (até mesmo estrangeiros) que sustentem nossos estádios e nosso esporte? A África, não tinha nem mesmo estádio e seu transporte é por van. Não estou comparando com o evento na Europa, mas mostrando como é a chance de melhorarmos o que temos para nos beneficiar posteriormente. É necessário um estudo para que tenhamos os retornos e que nossos investimentos não se tornem os temerosos elefantes brancos, mas não vale a pena investir para depois voltar atrás, ou investir só para receber a Copa. Até o momento, em todos os eventos que fui e participei, não vi esses estudos do que nos vai trazer em troco de gastar com os investimentos.
· Um novo estádio pode trazer benefícios ao turismo esportivo e de visitação (como faz o Allianz-Arena e o novo Wembley), sediar quaisquer eventos grandes e reconhecidos, empregos diretos e indiretos, desenvolvimento do esporte no país, desenvolvimento para o bairro (já que no Brasil, onde a elite freqüenta, benefícios e investimentos brotam), melhorias no comércio local, novos pontos de cultura, etc. Posso ficar mais um bom tempo salientando esses benefícios. Um novo estádio não desmerecerá o Morumbi, nem é essa a intenção, mas trará benefícios a todos.
· Transparência em investir em algo que não seja privado! Sem dúvidas, se o Morumbi for escolhido, dinheiro público será aplicado em um equipamento privado ou em facilidades para ele!
· O requisito básico pela FIFA é superar a qualidade em relação ao evento anterior. Pelo que vemos até agora, um ou outro estádio tem algo significativo. O Morumbi nem mesmo obedece todas as exigências que constam nos requerimentos e exigências das Arenas esportivas. Parece que contam com a relevância e vista grossa da FIFA. Não é a toa que esta pediu essa nova alternativa.

Sinceramente, só vejo como ponto positivo em manter o Morumbi como sede dos jogos, na economia e no prazer do brasileiro (leiam “são paulinos”) de exibir o seu estádio que, atualmente, com mérito, é o melhor do país, mesmo que a desejar ao considerarmos às exigências para a Copa. No mais, não surpreenderá, e, como conseqüência, não trará tantos investimentos para o país, como poderia trazer com um novo estádio, moderno, atrativo, inteligente, sustentável, etc. Podemos ver o exemplo dos estádios italianos, que vem se atualizando mas com essa visão de buscar investimentos. Mas isso é outro assunto... talvez o próximo que eu escreva aqui. Quem agüentou até o final, favor, deixe seu recado e obrigada!

Texto e imagem sobre este novo estádio:
http://www.copa2014.org.br/noticias/Noticia.aspx?noticia=169

12.5.09

Estréia!

Desde meu TFG (Trabalho Final de Graduação) tortuoso e um pouco torturante, me apaixonei pelo tema da arquitetura esportiva e nunca mais parei de estudar. Nesse Blog, que nunca imaginei ter, vou postar tudo o que eu penso sobre estádios, arquitetura esportiva e preparação da Copa do Mundo de 2014, no Brasil, e também sobre outros eventos esportivos... independente de polêmicas e da paixão pelo meu time, sendo imparcial e tendo somente uma visão como arquiteta e urbanista. Doa a quem doer, vou falar o que penso!

Como já publiquei alguns artigos sobre o assunto, conforme for dando os meus pitacos por aqui, passo também os links dos artigos que tem a ver e que já foram publicados para quem tiver interesse.

Quem quiser dar os seus gritos, tem todo o direito, é só comentar que vou tentar ler e responder!
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