Livraria Cultura

31.3.10

"Morumbi não terá abertura da Copa" (Portal da Copa 2014)

O Portal da Copa 2014 acaba de anunciar que Ricardo Teixeira fez uma coletiva para anunciar que São Paulo não será sede da abertura da Copa em 2014. Clique aqui para ler mais.

São Paulo iniciou a concorrência junto a Belo Horizonte e Brasília e, desde o início, teve duras críticas da imprensa, FIFA e especialistas. Apesar do grande esforço do estádio paulista e dos incentivos do estado para conseguir o primeiro jogo do evento, São Paulo recebeu elogios mas ainda parece estar aquém das necessidades que uma abertura de um evento deste porte exige.

Leia Mais sobre análises que eu fiz sobre o Morumbi e sobre a candidatura de São Paulo, desde o início:

27.3.10

A Arena do Grêmio e as propostas para Porto Alegre


Porto Alegre é uma das cidades-sede que tem uma idéia mais ajustada do que pretende fazer para a Copa 2014. Na minha opinião, a arena do grêmio é mais um complemento para o sucesso da capital do Rio Grande do Sul.

Desde o início das disputas pela sede do evento, Porto Alegre já contava com duas grandes propostas: o Beira-Rio e a Arena do Grêmio. O primeiro se demonstrou mais viável, mais adequado e mais ambicioso. No entanto, com Copa ou sem Copa, o Grêmio assumia a postura de que iria construir a nova casa do time.

Essa semana, o Grêmio apresentou o site oficial da nova arena: http://www.arena.gremio.net/
lá podem ser vistas imagens da nova arena, um vídeo esquemático e, para quem é torcedor, pode participar colocando uma foto no mural, apoiando o projeto.

Ainda falta muita coisa no projeto a ser ajustada e detalhada - minha opinião, claro. É óbvio que o Grêmio está num estágio mais inicial do projeto, comparando com o Beira-Rio. No entanto, acredito que o maior potencial da construção deste estádio, é o benefício que ela trará para a revitalização da orla, do cais mauá e das atividades esportivas. Além disso, revitalizará uma área que é um tanto abandonada.

No relatório apresentado pelo grupo de estudos da cidade de Porto Alegre no Workshop Copa 2014, realizado durante a 8ª Bienal de Arquitetura, em SP, em Novembro de 2009, (Clique para baixar) podemos ver o potencial da valorização da orla do Guaíba e do Cais Mauá. A revitalização poderia colaborar com um eixo verde, de atrações culturais e esportivas, poderia ser um bom espaço para as fan fests (Festas oficiais da FIFA) e ainda ter um sistema de transporte como trams e com ciclovias bastante eficiente, desde que complementado por rotas extras, dando total acesso a bairros mais distantes. (Sugestões do traçado podem ser vistas no relatório mencionado acima).

Abaixo, a imagem do relatório onde foram elencados os principais pontos de atração cultural/turística (a esquerda) e pontos de potencial esportivo e com equipamentos já consolidados - alguns com necessidade de reforma (a direita). - Clique nas imagens para ampliá-las.



Vendo desta forma, a arena do Grêmio estende o percurso de pontos atrativos e de vida noturna, que garante maior segurança a qualquer região, e que é um grande potencial da construção de um estádio.

Quando se menciona o "legado" para uma cidade através da Copa (e olimpíadas), o que podemos encarar como herança para Porto Alegre, poderia ser essa potencialização das margens do Guaíba. Um bom exemplo seria o Porto de Lisboa, que recebeu bons investimentos também a partir de um evento internacional. Outras referências a serem consideradas são: Puerto Madero, em Buenos Aires (Argentina) e a Estação das Docas, em Belém (Brasil).


Acima: Porto de Lisboa (Portugal), Estação das Docas (Belém, Brasil) e Puerto Madero (Buenos Aires, Argentina)

Sobre a Arena em si, considerando apenas a arquitetura, vejo pontos positivos e alguns negativos.

Positivos:
  • A esplanada de acesso é uma boa forma de facilitar a evacuação, pois permite um bom espaço livre, nas saídas, assim como distribui melhor a chegada dos torcedores;
  • A rampa que leva à esplanada democratiza a acessibilidade - ao menos à entrada.
  • A cobertura, treliçada e estaiada vai até o limite das arquibancadas, o que favorece o torcedor. No entanto, há a necessidade de uma parcela transparente para garantir uma qualidade do gramado. Nas imagens publicadas há essa transparência, mas não há um trabalho conforme o eixo solar (Leia Mais sobre o assunto), como acontece no Allianz Arena, por exemplo, e como a Arena de Manaus pretende trabalhar.
  • A proposta do vestiário, mesmo que ainda sem muitos detalhes, é uma das únicas partes internas divulgadas que segue um bom padrão de qualidade, como os vestiários de estádios americanos de basquete e baseball, por exemplo.

Negativos:
  • A esplanada é uma barreira visual para o pedestre. Dificulta a visualização do estádio, consequentemente, sua pregnância na memória, assim como é o Morumbi, em São Paulo. A diferença entre o Morumbi e a Arena do Grêmio, é que, pela avenida de acesso ao futuro estádio gaúcho, ao menos de longe o estádio pode ser visualizado, enquanto em São Paulo a limitação é em toda a sua volta. Como o estádio fica próximo às águas do Guaíba, a visualização só pode ser feita dali, o que seria legal, se os transportes, passeios e esportes náuticos fossem incentivados (o que não é má idéia já que já há sinais e certa infra-estrutura para a prática em questão). Outra solução seria diminuir a barreira para que o estádio se torne, de fato, um marco, um ícone arquitetônico para Porto Alegre. O estádio do Beira-Rio tem uma visualização um pouco melhor, exceto pelo estacionamento, que, segundo o escritório Hype studio, pretende trabalhar para que isso seja melhorado.

  • Programa de atividades não garante grande sucesso ao projeto. Seria interessante algo cultural ou esportivo, que complemente um plano geral para a cidade. Um shopping pode colaborar com a renda, mas pode não convencer pela região, que ainda não é nada atraente. Além disso, não é algo que possa ser considerado um "legado" para a cidade. Outra posição interessante que poderia ser adotada pelo Grêmio, é colaborar com o paisagismo e infra-estrtura urbana ao redor do estádio, até as proximidades da orla, como faz o Beira-Rio.
  • Complexo de edifícios parece agredir a paisagem/skyline da cidade. Isso é apenas uma posição minha, mas acredito que edifícios altos, próximos às águas, negam os rios (como de praxe no Brasil). Um skyline progressivo, aumentando a altura dos edíficios, conforme se afasta do leito do Guaíba, seria mais adequado. Isso também serve para algumas propostas que considero absurdas para o Cais Mauá.

Resumindo, acredito que a Arena do grêmio será muito boa para a cidade e região pela sua simples construção. A arquitetura ainda tem um caminho natural de evolução pela frente, e, sem dúvida, será muito bom para o futebol gaúcho também.

O relatório do Workshop da Copa ainda menciona propostas interessantes para a Ilha dos Marinheiros, por exemplo. Vale a pena dar uma olhada e entender um pouco mais a capital gaúcha.

Ferrari World - A aposta de uma marca

A Ferrari aposta em vários setores além do automobilismo como, por exemplo, o ramo de perfumes, celulares, entre outros. Hoje, o maior empreendimento da marca Ferrari está na Ferrari World, em Abu Dhabi, prestes a se tornar mais um megaprojeto nessa região que promete ser o maior destino turístico do mundo.

Esse investimento da marca italiana mostra o quanto é importante criar infra-estrutura que valorize seus produtos e conceitos, que também é a estratégia da Fiorentina, time italiano, que está com projeto de construção de um parque temático de futebol. Leia o artigo sobre os investimentos visionários italianos em estádios.

Dentre as atividades nesse complexo estão: lojas, restaurantes de culinária italiana, um centro de restauração (gostaria muito de saber o que seria isso!!), hotéis, atrações, brinquedos temáticos, como a torre de queda livre, entre outras atividades. Como não poderia ser diferente, o parque temático da Ferrari promove a montanha russa mais rápida do mundo (chegando a mais de 200 km/h) - mais uma vez o foco da marca em relação ao automobilismo - que simula uma corrida entre ferraris, já que há dois trilhos paralelos.
A arquitetura:



A cobertura do espaço é metálica e feita em dupla curvatura e sustentada por treliça metálica. Sua forma tem inspiração na ferrari GT.



Toda a cobertura foi pensada de forma a melhorar o conforto ambiental do espaço, tendo em seu centro uma cobertura em vidro que faz lembrar a cobertura da Feira de Milão, de autoria do arquiteto italiano Massimiliano Fuksas.



Acima, imagem da Feira de Milão, na Itália. Abaixo, o centro da cobertura da Ferrari World.



Segundo a Benoy, autora do projeto, a construção une a integridade da Ferrari à enorme ambição de Abu Dhabi, resultando nesse projeto icônico - novamente aquela minha teoria de que a arquitetura icônica, garante um atração de público gigante.



Podemos ver também, que a grande proposta inclui um plano urbanístico, trabalhando o paisagismo, e todo o acesso à ilha Yas, local onde está inserida.

Iluminação: A iluminação é controlada e trabalhada a partir de uma fachada onde se mesclam partes transparentes e partes opacas, como é o caso da fachada do estádio Soccer City, em Johannesburgo, na África do Sul, principal sede da Copa do Mundo FIFA 2010.







Acima, imagens da fachada da Ferrari World. Abaixo, o estádio Soccer city, em Johannesburgo, África do Sul.



A Ferrari já conta com um Museu/galeria (Itália) e que tem grande visitação por aficcionados em automobilismo, fãs de ferraris e turistas comuns.

A galeria Ferrari não é só um museu, é uma exposição que se renova continuamente no tempo.

Imagino que possamos esperar essa mesma constante mutação e atualização nesse novo investimento em Abu Dhabi.



Fonte:

24.3.10

Propostas para a Copa é publicada pelo IAB

Durante o mês de Novembro de 2009, o IAB-SP (Instituto dos arquitetos do Brasil) realizou pela primeira vez um workshop durante a Bienal de Arquitetura.

Neste ano de 2009, o tema a ser estudado foi a Copa 2014. A partir daí, grupos estudaram as propostas feitas para cada cidade-sede e fizeram novas propostas e/ou críticas e levantamento de pontos positivos e negativos do que está sendo feito e/ou o que vem por aí.

Eu, Lilian, participei da cidade-sede de Porto Alegre. Achei o workshop bastante proveitoso. Deu para conhecer um pouco mais das propostas e ver se estamos no caminho correto. Alguns dos relatórios foram, segundo o IAB-SP, encaminhados para as prefeituras das cidades.

Esta semana o IAB publicou em seu site o relatório final das 9 cidades-sede que puderam ser estudadas e trabalhadas pelos grupos de trabalho. Clique aqui para a página de downloads dos arquivos.
Em breve, farei análises (que ousadia) do que já foi analisado por esses grupos!

7.3.10

Marcações do campo de futebol

Foi a partir de um comentário no texto "A cor dos gramados", postado aqui neste blog, em Junho de 2009, que entrei em contato com o engenheiro agrônomo Artur Melo.

A pergunta que me foi feita é referente à marcação do campo de futebol. Para saber mais detalhes e dar uma resposta mais completa, recorri ao amigo cuja profissão é a mais adequada à manutenção de gramados.

Segundo Artur Melo:

"1- A marcação do campo de jogo é uma prática rotineira de manutenção e feita antes de todo o jogo;
2-As medidas são internacionais e definidas pela International Board / FIFA;
3-O campo é marcado com tinta à base de água para não ser tóxica para o gramado;
4-Pode ser aplicada por broxa, rolo, máquina de esferas ou spray"

Lembro ainda que as dimensões da FIFA estão definidas na brochura de exigências e sugestões. Há mais de uma opção, variando conforme o tipo de evento (eventos nacionais ou internacionais, como a Copa do Mundo).

Abaixo, as fotos enviadas por Artur Melo das máquinas de demarcação.
À esquerda: Máq. Esferas e à direita: Máq. Spray
Agradeço à pessoa que fez a pergunta e ao Eng. Agrônomo Artur Melo pela prestatividade em responder sobre o assunto.
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