Livraria Cultura

30.11.09

Zaragoza gerando conhecimento ligado ao futebol

Complementando um post que fiz para o blog Arquibancada, coloco aqui a notícia que saiu hoje no site Máquina do Esporte que noticia o investimento de 50 mil euros do Zaragoza (Espanha) à estudos acadêmicos ligados à modalidade.

Clique aqui para ver a notícia.

O clube investe em conhecimento, gerando material para o desenvolvimento da prática do esporte. Alguma universidade ou time brasileiro poderia seguir o exemplo, não somente com o futebol, mas com as várias modalidades esportivas.

Há no Brasil a Universidade do Futebol, um site que publica e junta estudos acadêmicos, ou não, notícias, entrevistas, vídeos, etc., sobre os diversos ramos do futebol. Bastante interessante e vale a pena a visita no site!

25.11.09

Ralf Amann - sobre a arena de Manaus

Durante a 8ª Bienal de Arquitetura está acontecendo um ciclo de apresentações sobre as arenas das cidades-sedes da Copa 2014. Tive a oportunidade de ver semana passada a apresentação da cidade de Porto Alegre, Minas Gerais, Manaus e Salvador. Todas as apresentações foram bem completas, mas a de Manaus foi a que mas me deu satisfação.
Tive a oportunidade de perguntar ao Ralf Amann sobre algumas questões que eu levantei e que foram questionadas no post de análise da cidade-sede, Manaus.
Além disso, uma questão que desconhecia, até então, foi abordada:
Na cobertura, Amann salientou a existência de "brises" fixos, próximo à arquibancada superior que poderá permitir um fluxo natural do ar, melhorando a sensação que o clima que Manaus tem, economizando, ao mesmo tempo, custos com energia para ventilação forçada.
Também mencionou que os pisos serão drenantes e que, em parte desse piso, será feita uma impermeabilização abaixo para recolhimento de água para uma cisterna e reuso na irrigação do gramado e abastecimento dos banheiros.
Minhas perguntas foram as seguintes:
1ª - Se existia um trabalho da transparência na cobertura, para permitir melhor a insolação natural do gramado, evitando danos ao mesmo, já que a cobertura tem sua projeção bem colada ao limite do gramado. Nas imagens de divulgação do projeto não aparece nenhuma variação de translucidez.
Existe, sim, a preocupação com a transparência para que o gramado não tenha que ser trocado, como acontece em alguns estádios europeus onde se troca cerca de 4 vezes ao ano. O material escolhido (PTFE) também permite essa variação em degradè para conseguir o resultado.
2ª - Sobre os entulhos da demolição do Vivaldão, uma matéria falava que seriam utilizados na construção da nova arena ou transportados para outras obras da região. Gostaria de saber como esse material seria utilizado, se seria parcialmente ou totalmente utilizada na nova arena e como seria o transporte e distância dessas outras obras, considerando o custo financeiro e ambiental desse transporte.
Parte do entulho será triturado para usar como matéria prima para a nova construção. O restante será utilizado, sim, em novas obras. A distância é um dos quesitos para que se consiga o certificado LEED, há uma pontuação mínima requerida e isso restringe a distância até onde pode ser utilizado o restante do entulho. Por isso, às obras serão necessariamente próximas - cerca de 400km, o estipulado pela certificação LEED.
Fiz mais uma questão sobre os usos, se foi pedido algo específico, algum programa já definido de uso ou se era mais um conceito de múltiplos usos mesmo. A pergunta foi feita pois ao lado do estádio já há um espaço destinado a shows e um centro de convenções, captando, assim, possíveis usos do estádio. Ralf me respondeu que a arena estaria apta a receber inúmeros usos com a intenção de se sustentar financeiramente e que nesse estádio poderiam acontecer mega shows e eventos de porte maior.
Apesar do projeto ser muito bom ainda acho que poderia ser estudado um programa de eventos, de uma forma diferente: vendo quais eventos poderiam ser trazidos, quais já existem, quais tipos de eventos (shows, eventos religiosos, esportivos, convenções, etc.), ver se estão bem distriuídos ao longo do ano. Enfim, um esquema mais prático, como uma previsão da agenda, um calendário.
Além disso, durante a Bienal de Arquitetura, também acontece, pela primeira vez, um workshop de desenho urbano e estudos urbanísticos relacionando as propostas para cada cidade-sede aos seus problemas, sugerindo complementos ou modificações. Na primeira semana foram realizados os trabalhos dos grupos de Manaus, Porto Alegre (do qual participei) e Rio de Janeiro.
Sobre Manaus, foi levantada a questão do estádio com seu entorno e a possibilidade de tornar esse estádio num marco/ícone/símbolo arquitetônico, capaz de receber inúmeras visitas (garantindo mais uma fonte de renda), como o Ninho do pássaro em Beijing. Para saber mais, e como isso poderia ser feito, acompanhem as novidades do IAB-SP que disponibilizará material após o término de todos os workshops. Vale a pena conferir, acho que são questões a serem pensadas.
Grade de apresentações durante a 8ª Bienal - Clique aqui.

16.11.09

Investimentos na construção civil que vem com a Copa e Olimpíadas

Além dos projetos públicos, equipamentos urbanos e esportivos dos transporte público recebendo investimentos, esses mega eventos tendem a somar na arquitetura em geral. Seja na arquitetura hospitalar, cultural ou de turismo. Este post é dedicado a dois bons projetos. Um que, independente da Copa ou Olimpíadas, atrairá olhares na orla carioca e outro, que, por conta dos eventos, e do aumento da visitação do cartão postal que é o Cristo Redentor, tem um imóvel, atualmente abandonado, agora revitalizado.

O primeiro (imagem acima) é a nova sede do Museu da Imagem e do Som (MIS), na Av. Atlântica, Copacabana. O projeto, vencedor de um concurso entre escritórios nacionais e internacionais, tem a assinatura do escritório norte-americano, Diller Scofidio + Renfro. Segundo este projeto, a inspiração foi a calçada da orla carioca, com desenho de Burle Marx (grande paisagista). Além disso, o projeto dá continuidade ao passieo público, sendo considerado até um "Boulevard Vertical".


O projeto tem uma circulação dinâmica e inteligente, através de rampas, facilitando a acessibilidade. Além disso, tem uma estética particular, que chama a atenção, convidando a entrada daquele que ali passa.

Foi elaborada uma forma inteligente também de se aproveitar a iluminação natural, como podemos ver na foto abaixo (a esquerda). Permitindo também uma ventilação natural, ao mesmo tempo que tira o excesso de luz, como um muxarabi (original da arquitetura árabe permitindo ventilação e iluminação, mas mantendo a privacidade do interior)


Não posso deixar de comentar o quão agradável seria assistir a filmes, no espaço disponibilizado no topo do edifício. Sem dúvida terá uma vista belíssima e será ponto de prestígio, por mais que limitado a horários específicos e dias sem chuva.

Além desse escritório, outros arquitetos renomados participaram:


Acima, respectivamente os projetos de Shigeru Ban (Japão) e Daniel Libeskind (EUA). Abaixo, Tacoa Arquitetos e Bernardes & Jacobsen



Abaixo, o projeto de autoria da Brasil Arquitetura


E acima, um dos que considero ter tido o único projeto que realmente tinha alguma chance de competir com o projeto do Diller Scofidio + Renfro, de autoria do arquiteto Isay Weinfeld. Foi um dos únicos que não negou a paisagem maravilhosa do Rio de Janeiro.

De qualquer forma, todos esses projetos tem propostas interessantes, cada uma em um ponto específico. Isso se deu pela abertura à vários projetos, à vários arquitetos que tem visões e percepções diferentes. É por esse motivo, que os concursos são elevadores da qualidade da arquitetura e é por isso, que acho que todos os estádios da Copa deveriam ter sido abertos a concursos, podendo, aí, ter várias opções e ser escolhida a melhor e não a única.


O segundo projeto mencionado no início do post é para o Hotel Rio Paineiras, que estava em total descaso (foto acima). O hotel será revitalizado e transformado em um eco hotel, com restaurante, espaço para uma estação de transferência para aqueles que fazem o percurso até o Cristo Redentor, ambientes abertos, lojas, um café, vestiários para aqueles que fazem trilhas, salas de exposição.

O vencedor do concurso foi Guilherme Lemke Motta (meu ex-professor de faculdade).






Outros projetos premiados foram:


2º Lugar: Cesar Shundi Iwamizu (SP), acima; 3º Lugar: Filipe Gebrim Doria (SP), abaixo

Agora o projeto destaque pra mim, foi o que levou a menção honrosa. É o que demosntra mais preocupação com o meio ambiente e com o aproveitamento de luz natural e ainda assim, realizou um estudo de proteção de insolação excessiva e de fluxos de ar, como podemos ver nas imagens abaixo. Consigo ver nesse projeto uma imagem e um resultado muito melhor de um eco hotel, que será fundamental para uma imagem que pretendemos ter durante esses anos, a ser transmitida aos turistas e aos próprios brasileiros, como uma preocupação verde, realmente inserida no nosso dia a dia, em diversos setores.




Para meu orgulho, após ver esse projeto estampado em sites que considero muito bons e que realmente prestigiam a sustentabilidade, vi que um dos autores estudou comigo e um outro fez um workshop comigo. Somados a eles, mais 3 arquitetos.
Alexandre Hepner, Denis Cossia, João Paulo Payar, Rafael Brych e Ricardo Gonçalves.
Legal ver os bons projetos saindo da mesma leva.

Clique aqui para ver todos os projetos, premiados ou não.

Enfim, esse foi um post que mostra como bons projetos estão saindo nesse período onde a preocupação com função e imagem começam a melhorar. E, novamente, ressalto: concursos públicos abertos a todos os interessados, elevam a qualidade urbana e da arquitetura.

Fontes:
Diller Scofidio + Renfro-
Arq!Bacana
Pini Web
Hotel Rio Paineiras:
Inhabitat
Plataforma Arquitectura

15.11.09

Carro elétrico: Design nacional e Plano visionário


Esse post é um complemento ao texto anterior. Li as matérias logo após publicar sobre o iOn.

Iniciando pelo design nacional, mencionado no título:
O arquiteto Jaime Lerner, um dos responsáveis pela liderança do plano que tornou Curitiba referência em urbanismo, desenhou o menor carro elétrico do mundo. Suas medidas são: 60cm de largura, 1,38m de comprimento e 1,5 de altura.


Chamado de dock dock, o minicarro elétrico atinge somente 20Km/h, não concorrendo com os automóveis convencionais, mas servindo de complemento ao transporte público e funcionando através de aluguel, como as bicicletas públicas.

Jaime Lerner tem ótimas idéias e muitas delas já foram copiadas em várias cidades de todo o mundo. Clique aqui para ler mais sobre as iniciativas de Jaime Lerner.

"As mudanças têm de ser rápidas. Inovar é começar"

Eu, particularmente não gosto muito do design. Talvez isso se dê pelo fato de ser um arquiteto e não um desginer, mas a idéia é boa. Também não me sinto muito confortável com a idéia de dividir ciclofaixas ou cliclovias com pedestres e bicicletas. Pra mim, "ciclo" já me diz que é restrito às bicicletas, no máximo aceitaria patins e skates. Talvez eu mesma esteja exagerando, mas dependendo da quantidade de dock docks, poderíamos ter congestionamentos., principalmente se tivéssemos acidentes nessas faixas. Enfim, é positivo sim, e é legal termos uma idéia nacional, que complemente o transporte, mas acho que deveríamos aplicar logo o teste para vermos se realmente funciona. Em Paris, há um grande problema com o vandalismo das bicicletas, aqui, provavelmente também sofreríamos com isso. Se considerarmos o vandalismo com os dock docks, imagino que o custo de manutenção seja muito maior. Precisamos preparar a população, conscientizar, e achar planos para uma manutenção mais econômica.

Mas, de certo, não tiro o mérito da iniciativa. É assim mesmo que devemos começar.

Alguns sites que noticiaram esse projeto mencionam que o próprio criador não cabe dentro do carro. Isso me faz pensar na abrangência. Será que não estamos, novamente, limitando a acessibilidade. O carro já não tem tanta potência, tem dimensões restritas, será que não limita pessoas altas ou obesas a ter acesso a esse meio de transporte? É algo a se pensar.
Ao mesmo tempo que suaviza a ocupação do espaço urbano pelos automóveis, será que a mobilidade desse carro funciona bem. Notamos que ele é bem rente ao chão. Será que nossas vias, calçadas, ciclofaxas, etc., estão preparadas o suficiente para algo desse nível? Será que as raízes das árvores, buracos, degraus, não estão limitando esse projeto? Acho que são muitas coisas a serem pensadas, para, talvez, fazer uma revisão na idéia. De repente, até mesmo de por em prática.



Outro projeto na mesma linha é o PUMA, idealizado pela GM e pela Segway. No entanto, este já é um minicarro elétrico onde o consumidor teria posse desse veículo, diferente do Dock Dock, utilizado exclusivamente para aluguel - poder público. Acredito que o custo desse PUMA seja aterrorizante para um brasileiro comum.



Sobre o Plano visionário de incentivo aos carros elétricos, aparece o israelense Shai Agassi, que elaborou uma proposta de dar carros elétricos com um sistema de vendas de quilometragem, assim como o plano de minutos de celular. Além disso, discute o tempo para recarregar os veículos, quesito que recebe várias reclamações. Menciona também a importância de um plano completo, desde os carros até as fontes de abastecimento de energia para que o projeto realmente funcione. Leia a entrevista no Planeta Sustentável.

Na entrevista mencionada, Shai Agassi mostra a amplitude do plano, feita através de parcerias, e baseada em fontes de energia renovável, como moinhos de vento na Dinamarca, por exemplo, mostrando também como esse plano poderia funcionar no Brasil, com uma comparação à aplicação que está sendo desenvolvida na Austrália. Vale a pena ler a entrevista.

Fontes:
Planeta Sustentável /Super Interessante

Veja

12.11.09

Incentivo francês aos Carros Elétricos


Imagem do carro elétrico francês, iOn, da Peugeot, que chega no mercado em 2010

Estava já programando uma homenagem ao ano da França no Brasil e começo por essa notícia que vi ontem no site Planeta Sustentável.

Achei a iniciativa excelente e poderia ser a atitude que já mencionei em outros textos para o incentivo a essa tecnologia no Brasil.

Abaixo, os mandamentos a serem seguidos pela França:

OS MANDAMENTOS
1) Até 2010: pontos piloto de recarga
2) Veículos elétricos nos novos projetos da cidade
3) Ajudar as universidades a desenvolver baterias elétricas
4) Comprar 100000 carros elétricos até 2015
5) Subsidiar em 5000 euros o veículo elétrico
6) Carros elétricos carregados em qualquer tomada
7) Após 2012: prédios novos devem ter ponto de recarga
8) Instalar pontos de recarga em prédios antigos
9) Até 2015: todo prédio deve ter pontos de recarga
10) Usar o padrão europeu de tomadas
11) Governos locais devem criar pontos de recarga
12) Organizar a distribuição da rede de recarga
13) Nenhuma fonte fóssil deve ser usada para gerar energia
14) Promover a reciclagem de baterias
Fonte: Planeta Sustentável, sessão "Desenvolvimento"

Outros textos sobre o assunto:

“Estacionamento visionário para uma Copa Verde”
“Carro Elétrico Brasileiro!”
“Carro Elétrico Brasileiro, no Gol da Arquitetura”
A real acessibilidade - Blog Arquibancada

9.11.09

Stadio Franco Sensi, Roma



Um dos primeiros textos que disponibilizei aqui no Blog Gol da Arquitetura tratava da modernização dos estádios italianos. Clique aqui para ler o texto original.
Depois de certo tempo, os projetos estão sendo desenvolvidos e este post é dedicado, inicialmente, a um deles. O estádio Franco Sensi, da Roma, em Roma, Itália.

O estádio tem capacidade para 55.000 torcedores, um número muito bom, pois não é exagerado, garantindo a viabilidade econômica. De qualquer forma, há a possibilidade de chegar até 60.000 lugares com a expansão do segundo anel. A visibilidade é muito boa: nas tribunas mais próximas, a distância do torcedor até o campo é de 9 metros, característico dos estádios europeus. Já no ponto mais distante, o torcedor fica a 65,50m do campo (pouco mais de 1/2 quarteirão)... relativamente perto! Pensando no Brasil, onde um dos estádios da COPA propõe 91m, mostra que os projetos italianos estão muito além dos nossos. Essa distância é próxima ao que o atual estádio romano, o Olímpico de Roma, tem (95,50m no ponto mais distante). E, por isso, é considerado desatualizado, como a maioria dos estádios italianos, que aos poucos está remodelando toda sua infra-estrutura (leia mais no texto que postei em Maio, já mencionado acima).

" As tribunas são pertíssimas do campo e o torcedor se torna o 12º homem em campo", GAU ARENA "Le tribune sono vicinissime al campo e il tifoso diventa il 12° uomo in campo"

As outras propostas italianas, em geral, anexam aos estádios estruturas para vários usos e megaempreendimentos (o que julgo essencial para a garantia de atrativos e retorno financeiro) como a Fiorentina que apresentava a idéia de um parque temático e de uma rede hoteleira, anexos ao estádio, formando uma "Disneylândia do futebol". No caso do Estádio Franco Sensi, alguns equipamentos normais, embora não os menospreze, foram citados. O estádio contará com 4 restaurantes (com ampla vista para o campo), bar, sala de jogos, "Baby club" (convidando a participação da família inteira em seus tempos livres, aumentando assim a variedade do público e sua ligação com o time - atitude esta bastante inteligente), área relax, etc. Há, também a proposta do "Museo Della Roma" para os torcedores e para os turistas.



A GAU Arena, responsável pelo projeto também promete uma evacuação total do estádio, em caso de emergência, num tempo máximo de 5 min, devido a um sistema radial de leitura fácil.
Outro ponto positivo salientado é que o estádio será acessível a todos sem barreira arquitetônica alguma, com a mobilidade facilitada através de rampas e elevadores. Além disso, não há barreira entre a arquibancada e o campo e, possivelmente, também não haverá entre os setores - mais um traço europeu.

Já a parte estética fica por conta do princípio de interatividade com o público e com a cidade. A faixa perimetral, em LED de última geração, com alto poder de iluminação e definição, também tem a propriedade de se manter extremamente visível, com qualidade boa indepentende de qualquer condição ambiental e de qualquer irradiação solar.



O "casco", feito na combinação de zinco-titânio (que deve ser um tanto caro), tem alto poder de reflexão solar e muda a percepção visual conforme a qualidade da luz - mais um fator que o torna interativo.

" A superfície será prateada durante a aurora, "ofuscante" ao meio-dia, e dourada no pôr-do-sol", Gau Arena

Imagino que a diferença entre esses períodos seja mínima, mas que deva seguir mesmo essa orientação pela intensidade e cor dessas luzes (mais fria, tendendo ao azul, pela manhã, e mais amarelada, no fim do dia). Só espero que não seja realmente "ofuscante" ao meio-dia, ou será insuportável, tanto para quem passa por ali, quanto para qualquer coisa que fica permanente na região.

Outros benefícios dessa pele é que "o metal é durável, flexível, autolimpante, leve e, principalmente, resistente à poluição e à ação de agentes atmosféricos".

A cobertura, por sua vez, apresenta aspectos interessantes também. Apresenta uma área coberta com painéis fotovoltáicos, mesclada com o zinco-titânio, e um outro setor com uma cobertura semitransparente, deixando passar cerca de 80% da luz.



Quanto à sustentabilidade do estádio, o escritório do arquiteto Gino Zavanella, alega que o estádio aproveitará a ventilação natural para refrescamento do equipamento, fará a captação de água da chuva para reuso e irrigação, assim como o aproveitamento da luz solar, captada pelo painel na cobertura.



O que achei bastante interessante nesse projeto é realmente a acessibilidade já é trabalhada desde o entorno. Na foto acima, podemos ver o acesso diretamente a parte inferior, pelas rampas, assim como o acesso à esplanada em volta do estádio. Desta forma, com todo este esse espaço, as rampas podem ser mais suaves, facilitando para pessoas com os diversos tipos de limitação física.

Vemos também que no PROJETO apresentado, o entorno é bastante livre, garantindo mais um ponto a favor da segurança. No entanto, este projeto começou a ser feito sem um local definido.
Até agora não descobri exatamente onde é este lugar. Caso alguém saiba, favor comentar abaixo.
Não considero um primor da arquitetura, mas, sem dúvida é, sim, um grande projeto e contribuirá muito com a atualização da Itália perante o futebol europeu.

4.11.09

Hoje: Happy Hour Portal Copa 2014

Hoje, no bar O Torcedor, no Pacaembu, acontece o Happy Hour do Portal Copa 2014 onde estarão as pessoas que fazem o portal, leitores, etc.

Compareça! Estarei por lá... por pouco tempo, mas estarei.

Para mais informações, veja o convite.

30.10.09

Dica de Curta-metragem: Comprometendo a atuação

Esse post foge do tema arquitetura, mas não do tema futebol. Vi há algum tempo e como me interesso muito por cinema e por curta-metragens em especial, deixo esse aqui como dica de entretenimento.

Wallace é um jogador de futebol com um dilema. Aos dezoito anos, tem a chance de ser convocado para um time de primeira divisão. Mas isso vai depender de muito preparo, muita concentração e nada de sexo antes do jogo.

Comprometendo a Atuação from Bruno Bini on Vimeo.



Diretor: Bruno Bini
Elenco: Jonathan Haggensen, Michelle Valle, Eduardo Espíndola e Elias Bueno
Ano: 2007
Duração: 17 min
Bitola: 35mm
Produção: Luciana Prieto
Fotografia: André Lavenere e Joel Sagardia
Roteiro: Bruno Bini
Som Direto: Gabriela Cunha
Direção de Arte: José Augusto
Edição de som: Hilen Campos
Produção Executiva: José Paulo Traven
Montagem: Bruno Bini

*Esse fim de semana tem um post legal sobre bons projetos que vieram com as olimpíadas. Acompanhe!

28.10.09

Plano Urbano do Rio e das Olimpíadas 2016 e a referência de Barcelona

Conforme notícia elaborada pela BBC, o Prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse que "o planejamento do Rio é o planejamento dos jogos olímpicos, e o planejamento dos jogos olímpicos é o planejamento da cidade."

Como referência para sucesso desse planejamento, o Rio de Janeiro se espelha em Barcelona - felizmente! Barcelona é o melhor exemplo de sucesso urbano ao sediar um megaevento esportivo. No caso, a referência é ainda mais potencializada pelas características semelhantes do Rio com Barcelona.

Além de ter a possibilidade de potencializar o Rio de Janeiro, grandes cidades como São Paulo, Curitiba, Salvador, Belo Horizonte, entre outras, podem ter benefícios em relação ao turismo, ao despertarmos mais interesse. Além disso, o porto de Santos e todo o litoral pode lucrar muito com o evento.
O site vitruvius, referência em textos sobre arquitetura e urbanismo, salienta em um breve texto, uma questão que levantei algumas vezes: os concursos e a abertura democrática aos projetos para esses investimentos urbanos. Leia o texto - são somente 9 linhas. Falta espaço para que os projetos sejam trabalhados, apresentados, e aí, escolhidos os mais interessantes para a cidade, para os jogos e para o país - da forma mais transparente possível.

Voltando a Barcelona, o evento olímpico trouxe grandes investimentos ao esporte e principalmente à cidade, tornando-se referências em diversos pontos. Deu tão certo que a Espanha tentava com toda a força ser sede das olimpíadas de 2016 com a candidatura de Madrid, para ganhar investimentos agora nessa região do país - futuramente apresentarão uma proposta ibérica = soma de Espanha e Portugal, conceito esse que pode aparecer mais nas próximas candidaturas. É em Barcelona que estão Las Ramblas, espécie de calçadão, com vida 24horas por dia, garantindo segurança à região. As Ramblas, priorizam os pedestres, mas permitem a passagem dos carros. Trabalhando o piso e o nível do mesmo, o motorista se sente invadindo o espaço do pedestre, respeitando-o. Além desse respeito, o incentivo ao pedestre, somado aos ciclistas, que de certa forma também ganharam espaço, aumenta o contato com a cultura, com os problemas e potencialidades da cidade, despertando uma nova visão dos cidadãos. A Vila olímpica serviu de moradia e revitalização de um bairro que sofria com vários problemas e todo o seu porto, que antes era degradado e mal visto, recebeu grandes investimentos. São inúmeros investimentos e acho digno de um post exclusivo.

Acho o posicionamento do Rio de Janeiro, ao aceitar referências, exemplar. Se temos exemplos de sucesso, devemos estudá-los e adequá-los às nossas realidades e necessidades.

Já em relação à prática dos esportes no país, o portal Máquina do Esporte, publicou uma reportagem onde mostra a preocupação com o incentivo aos praticantes e o posicionamento que devemos tomar: buscar a visibilidade da Copa e Olimpíadas no Brasil para conseguirmos rechear nossa agenda de mais eventos esportivos. Vejo essa idéia como fundamental! O simples saber desses eventos, já começa a instigar nossos cidadãos e, consequentemente, aumentar o números de atividades e atletas por todo o país.

26.10.09

Carro elétrico brasileiro

Em Setembro, no Blog Arquibancada, publiquei um texto sobre os carros elétricos, no Brasil, e sobre estacionamentos solares (que imitam florestas). Essa semana, encontrei, sem querer, uma matéria mais antiga , publicada pelo jornal Metro (gratuito e entregue nas ruas de São Paulo). A matéria datada de 8 de Julho de 2009 menciona qual seria o preço do carro se fosse vendido no varejo atualmente (R$145.000) e a situação em que ele se encontra: constantemente em evolução e sendo disponibilizado, inicialmente, somente às parceiras da Fiat. Em Julho, totalizavam 21 carros circulando e a Fiat previa 50 até Julho de 2010.

Lembro que o alto custo e a restrição é devido ao momento de desenvolvimento/lançamento do automóvel. Lembro, também, que qualquer nova tecnologia só consegue ser barateada conforme as compras aumentam. É nessa hora que entram as grandes empresas, que podem fazer uso da imagem que as novidades tecnológicas trazem e fomentar essa redução dos custos de produção.

Clique para ver a matéria do jornal Metro.


*Acompanhem os posts do Blog Arquibancada, pois é bastante complementar aos que aqui publico e direcionados à Copa 2014.

24.10.09

Incheon Stadium



Como comentei no post anterior... este aqui é dedicado ao Incheon Stadium, na Coréia do Sul, estádio este que sediará a 17ª edição dos Jogos asiáticos, em 2014.

Desenhado pelo escritório Populous (antigo HOK) junto ao Heerim Architects and Planners , este projeto proporciona à cidade uma imensa área verde que funcionará como parque público.

O estádio é adaptável: abrigará 70.000 torcedores para os jogos de 2014, mas, posteriormente, reduzirá sua capacidade para 30.000, tornando-o sustentável no dia a dia.

Novamente, menciono a importância da referência da cultura local com a arquitetura e com o urbanismo. Além de ser algo que agrega valor, pode ajudar na funcionalidade. Neste caso, a cultura adotada é representada pelo ritual budista, as danças Seung Moo. Segundo o arquiteto Daekwon Park, " Na arquitetura, assim como na dança, movimentos dinâmicos criam a forma, mas também podem ser reconhecido os espaços vazios gerados no entorno de sua forma." O arquiteto refere-se ao Yin e Yang, formas complementares, que é representado na implantação do estádio. Ainda segundo o arquiteto, "o espaço restante, em volta dessa forma do yin e yang, torna-se o acesso principal à construção".


Acesso principal e a semelhança ao Yin e Yang.

Nas imagens acima podemos ver o trabalho de fluxos realizado. Dessa forma, o estádio fica integrado à malha urbana e ao parque proposto, sem se tornar uma barreira. Além disso, nota-se claramente a idéia de que o estádio é para ser usado pela comunidade, deixando livre o acesso do parque às arquibancadas. Dessa forma, indiferentemente ao relevo, diminui-se a necessidade de escadas ou rampas de acesso, podendo ser utilizado o "eixo" como uma longa e suave rampa, se necessário. O trabalho de paisagismo, que os projetos brasileiros (não só de estádios) geralmente nem pensam em trabalhar (por opção de clientes que não vêem a importância), aparece neste projeto como fator fundamental à demarcação de trajetos e à qualidade da infra-estrutura urbana.

Dos percursos podemos salientar o principal, que dividiria ao meio o Yin e Yang, e os percursos menores, que ligam pontos estratégicos do entorno e entre os equipamentos desse abundante parque. Dessa forma, demarca-se o paisagismo, que pode ser trabalhado com vegetações diferentes, e tornando-o racional e não aleatório. Passarelas, em ambos os lados colaboram com a fluidez do projeto visando o pedestre e bicicletas. De qualquer forma, o automóvel não é esquecido - podemos ver os bolsões de estacionamentos.

Segundo o escritório Populous, o sucesso de tal projeto está ligado à concretização da idéia de deixar esse estádio com acesso facilitado aos moradores, assegurando o real significado do termo sustentável e deixando um verdadeiro legado à cidade.



A cobertura, como podemos ver acima, flui do design, saindo do chão, assim como no Estádio solar do arquiteto Toyo Ito. Mais um ponto que suaviza o impacto visual do equipamento.

O trabalho foi escolhido através de um concurso, prática pouco realizada no Brasil, infelizmente. A proposta era desenvolver o projeto de um estádio de 400 milhões de dólares para ser a sede principal do evento.

Fontes:

Asian Games 2010

16.10.09

Importância do Entorno dos Estádios

Estava lendo um texto que saiu há alguns dias no Portal da Copa e que deixei para ler somente hoje. Não imaginava, mas trata-se de exatamente o que penso sobre nossos vazios urbanos. Áreas pontenciais, servidas de muita infra-estrutura, e que, por falta de conhecimento de pessoas que nada tem a ver com urbanismo, metendo o dedo, acabam condenadas a se tornar em espaços ociosos, que se degradam em áreas valiosas de nossas cidades tornando-se muitas vezes regiões perigosas.

O entorno dos estádios é uma dessas áreas, assim como as orlas de ferrovias, terrenos contaminados, proximidades de grandes avenidas e viadutos, etc. Mas nesse post, trato dos estádios, que é meu foco.

Se olharmos as propostas para a Copa. Desde a melhor, até a mais tosca, nenhuma delas tem um tratamento magnífico nesse sentido. Algumas sequer apresentam qualquer coisa, como se o estádio fosse o tal OVNI citado no texto do Portal da Copa.

Sugiro que antes de continuar esse texto, dêem uma olhada no texto que mencionei do Portal da Copa. Clique Aqui. Salvo o título e alguns trechos exagerados e um tanto generalizados, acho que o texto resume bem meus sentimentos quantos às cidades e aos preparativos para a Copa e Olimpíadas.

"Não faz mais sentido o desperdício de áreas significativas pela falta de saber o que fazer com elas. Não se quer mais espaços públicos que não se mostrem sustentáveis e participantes do equilíbrio ambiental local. Não se admite mais o entorno das grandes edificações – como estádios de futebol – como um enorme “nada”, que não contribua para a transição harmônica entre a imponência e a atratividade da obra e a escala do bairro em que se situa."
Eduardo Barra, arquiteto-paisagista no texto do Portal da Copa.

Coloco uma miniatura de nossas propostas para a Copa e, depois, propostas de estádios que considero respeitáveis nesse mesmo sentido do tratamento urbano-paisagístico seguidos de uma breve análise do porquê dessa consideração minha.


Acima: Esquerda - Vivaldão (AM) e direita - Morumbi (SP)

Acima: Esq. - Mineirão (MG) e direita - Maracanã (RJ)
Abaixo: Esq. - Mané Garrincha (Brasília) e direita - Fonte Nova (BA)

Abaixo: Esq. - Verdão (MT) e direita - Castelão (CE)
Abaixo Esq - Beira-Rio (RS) e direita - Arena da Baixada (PR)
Abaixo - "Arena" das Dunas (RS)


Agora os cujos entornos considero significantes, respeitáveis e que poderiam ser referência SIM, para o Brasil:



Acima o Allianz Arena. Não é extremamente trabalhado. Na verdade tem um bom funcionamento de fluxos, um bom trabalho estético. Mas ainda é um porte menor do que os próximos. Fonte: http://www.blogger.com/feeds/19926969/posts/default?start-index=26&max-results=25

Abaixo, o plano urbano para as Olimpíadas em Beijing. Da pra ver nitidamente o trabalho de pisos, estudo de fluxos, desenho urbano, crianção de um espaço usável e agradável, que não é uma barreira, muito menos um deserto e, mesmo assim, garante a livre circulação dos torcedores (segurança) e ainda direciona.



Abaixo, o estádio para os jogos asiáticos de 2014 - Incheon Stadium, na Coréia do Sul. A abrangência é grande. Nitidamente vemos uma preocupação paisagística, de percurso do pedestre, mas também vemos boas vias. O desenho ajuda a visualizar os eixos de percursos. Facilita-se o que deve ser ligado a qual lugar para proporcionar o melhor e agradável percurso.
Mais detalhes, num próximo post.



É uma breve análise, mas somando ao texto do paisagista, acho que mostra a importância desse trabalho externo.

*Dos estádios para a Copa, o que mais apresenta uma preocupação com o entorno é o Beira-Rio, pensando em um uso comunitário e com uma razoável programação. Em seguida viria o Vivaldão, que podemos ver pela imagem como uma proposta que se preocupou um pouco mais com o design. O que mais se salvaria desse trabalho imenso, arrisco dizer que é Brasília, pelo desenho da cidade - livre. Mas nada impede um trabalho mais limpo. Para ver mais sobre cada cidade-sede, dêem uma olhada nos posts específicos analisando os projetos individualmente nos meses anteriores.

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