Livraria Cultura

16.11.09

Investimentos na construção civil que vem com a Copa e Olimpíadas

Além dos projetos públicos, equipamentos urbanos e esportivos dos transporte público recebendo investimentos, esses mega eventos tendem a somar na arquitetura em geral. Seja na arquitetura hospitalar, cultural ou de turismo. Este post é dedicado a dois bons projetos. Um que, independente da Copa ou Olimpíadas, atrairá olhares na orla carioca e outro, que, por conta dos eventos, e do aumento da visitação do cartão postal que é o Cristo Redentor, tem um imóvel, atualmente abandonado, agora revitalizado.

O primeiro (imagem acima) é a nova sede do Museu da Imagem e do Som (MIS), na Av. Atlântica, Copacabana. O projeto, vencedor de um concurso entre escritórios nacionais e internacionais, tem a assinatura do escritório norte-americano, Diller Scofidio + Renfro. Segundo este projeto, a inspiração foi a calçada da orla carioca, com desenho de Burle Marx (grande paisagista). Além disso, o projeto dá continuidade ao passieo público, sendo considerado até um "Boulevard Vertical".


O projeto tem uma circulação dinâmica e inteligente, através de rampas, facilitando a acessibilidade. Além disso, tem uma estética particular, que chama a atenção, convidando a entrada daquele que ali passa.

Foi elaborada uma forma inteligente também de se aproveitar a iluminação natural, como podemos ver na foto abaixo (a esquerda). Permitindo também uma ventilação natural, ao mesmo tempo que tira o excesso de luz, como um muxarabi (original da arquitetura árabe permitindo ventilação e iluminação, mas mantendo a privacidade do interior)


Não posso deixar de comentar o quão agradável seria assistir a filmes, no espaço disponibilizado no topo do edifício. Sem dúvida terá uma vista belíssima e será ponto de prestígio, por mais que limitado a horários específicos e dias sem chuva.

Além desse escritório, outros arquitetos renomados participaram:


Acima, respectivamente os projetos de Shigeru Ban (Japão) e Daniel Libeskind (EUA). Abaixo, Tacoa Arquitetos e Bernardes & Jacobsen



Abaixo, o projeto de autoria da Brasil Arquitetura


E acima, um dos que considero ter tido o único projeto que realmente tinha alguma chance de competir com o projeto do Diller Scofidio + Renfro, de autoria do arquiteto Isay Weinfeld. Foi um dos únicos que não negou a paisagem maravilhosa do Rio de Janeiro.

De qualquer forma, todos esses projetos tem propostas interessantes, cada uma em um ponto específico. Isso se deu pela abertura à vários projetos, à vários arquitetos que tem visões e percepções diferentes. É por esse motivo, que os concursos são elevadores da qualidade da arquitetura e é por isso, que acho que todos os estádios da Copa deveriam ter sido abertos a concursos, podendo, aí, ter várias opções e ser escolhida a melhor e não a única.


O segundo projeto mencionado no início do post é para o Hotel Rio Paineiras, que estava em total descaso (foto acima). O hotel será revitalizado e transformado em um eco hotel, com restaurante, espaço para uma estação de transferência para aqueles que fazem o percurso até o Cristo Redentor, ambientes abertos, lojas, um café, vestiários para aqueles que fazem trilhas, salas de exposição.

O vencedor do concurso foi Guilherme Lemke Motta (meu ex-professor de faculdade).






Outros projetos premiados foram:


2º Lugar: Cesar Shundi Iwamizu (SP), acima; 3º Lugar: Filipe Gebrim Doria (SP), abaixo

Agora o projeto destaque pra mim, foi o que levou a menção honrosa. É o que demosntra mais preocupação com o meio ambiente e com o aproveitamento de luz natural e ainda assim, realizou um estudo de proteção de insolação excessiva e de fluxos de ar, como podemos ver nas imagens abaixo. Consigo ver nesse projeto uma imagem e um resultado muito melhor de um eco hotel, que será fundamental para uma imagem que pretendemos ter durante esses anos, a ser transmitida aos turistas e aos próprios brasileiros, como uma preocupação verde, realmente inserida no nosso dia a dia, em diversos setores.




Para meu orgulho, após ver esse projeto estampado em sites que considero muito bons e que realmente prestigiam a sustentabilidade, vi que um dos autores estudou comigo e um outro fez um workshop comigo. Somados a eles, mais 3 arquitetos.
Alexandre Hepner, Denis Cossia, João Paulo Payar, Rafael Brych e Ricardo Gonçalves.
Legal ver os bons projetos saindo da mesma leva.

Clique aqui para ver todos os projetos, premiados ou não.

Enfim, esse foi um post que mostra como bons projetos estão saindo nesse período onde a preocupação com função e imagem começam a melhorar. E, novamente, ressalto: concursos públicos abertos a todos os interessados, elevam a qualidade urbana e da arquitetura.

Fontes:
Diller Scofidio + Renfro-
Arq!Bacana
Pini Web
Hotel Rio Paineiras:
Inhabitat
Plataforma Arquitectura

3 comentários:

  1. Lilian,

    Sem querer ser chato, mas ja sendo, no 1o projeto me parece que o predio em questao NAO TEM NADA A VER com os vizinhos. Isto nao causa uma sensacao de "para-quedas"? Parece que o predio caiu ali, nao e parte da cidade. Eu, que nao sou arquiteto, acho que se querem fazer coisas inusitadas precisam de um parque pra "minimizar" as diferencas. E muito "cheguei" pro meu gosto.

    Nada contra "cheguei", mas ou e que nem Roma onde vc fica assim ooooooooooooooooooooooooo
    ou e preciso ir mudando aos poucos. E o que eu penso, sei la.

    Ja o 2o projeto me parece "um estranho no ninho". O hotel me parece grande demais. Parece que ele esta tirando a atencao das arvores. Nao parece estar em harmonia com o local.

    Alias, se tem algo que eu morro de raiva nas nossas cidades e isto, a falta de harmonia. Vc vai andando e de repente, do nada, muda tudo. Paaaaaaaaaaaahhhhhh.
    Um monte de predios nada a ver com a vizinhancas me traz a imagem uma calca de festa junina cheio de remendos. A calca remendada e bonita? O asfalto cada hora de um jeito e legal? E as calcadas sem uniformidade? E preciso um balanco entra a uniformidade e a mudanca.

    Olha o caso do MASP. Ele e totalmente distinto dos arredores mas ele esta no meio de uma grande area livre, parece um objeto de arte. Fica legal.
    Ja os nossos estadios (em sampa, todos eles) sem grandes area laterais me lembram uma espaconave que pousou sem querer no local. Tinha um projeto de estadio la em Floripa que era assim. Me da uma vontade de chorar quando eu vejo isto.

    No 2o projeto, teve um ai que cobriu o predio de verde pra disfarcar a construcao no meio da mata. Eu elegeria este projeto.

    No 1o projeto eu nao gostei de nenhum, principalmente daquele que parece um codigo de barras, o ultimo.

    Mas sei la, vc que e arquiteta como trabalha a questao da harmonia com a vizinhanca?

    Pedro

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  2. Museu da Imagem e do som ou a Help ???

    Qual o espaço mais útil ao RJ ???

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  3. Sem tecnologias contrutivas isso tudo parecer ser inviável! precisamos de práticas mais eficazes e velozes na contrução civil!
    Aleksei Drafta - Tecnologia TECHOUSE

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