29.7.09
Restrição dos fretados em SP - Copa verde???
Ônibus fretados transportam funcionários de São Paulo que moram em cidades vizinhas.
Ao mesmo tempo que a Prefeitura acerta no alvo em algumas campanhas, solta umas balas perdidas pela cidade. A lei e campanha cidade-limpa foi um bom exemplo. Mau exemplo fica por conta da restrição mencionada acima.
Os fretados tem a função de trazer e levar os funcionários de outras cidades que vêm à cidade de São Paulo, para fazer dela a capital financeira do Brasil. Como são passageiros fiéis, do cotidiano, tem desconsos significativos nesse transporte. Além disso, contribuem para o desafogamento dos ônibus urbanos (que já estão quase que entrando em "calamidade pública" e do metrô (que é lotado em horários de pico, apesar de muito bem mantido).
A desculpa é que os ônibus dos fretados desembarcam passageiros em qualquer lugar atravancando o trânsito. O mesmo deve acontecer com as pessoas que dão carona! O que é sempre estimulado! Qual a diferença? Além disso, imaginem esses passageiros, pegando seus respectivos carros, e circulando pela cidade: resultaria em mais trânsito, mais poluição, e mais vagas de estacionamentos ocupadas!
É de uma imbecilidade tremenda. E é desse jeito que São Paulo se prepara para uma Copa verde?
Poderia ser adotada uma melhor medida de desembarque. De repente, permitindo somente em paradas de ônibus. Não acredito que todos os fretados parem em qualquer local. Aplicar uma medida de fiscalização. Mas a restrição desses fretados, de nada adianta e é um retrocesso.
Se ainda tivessem ampliado muito a abrangência dos meios de transporte público e a qualidade deles, mas não. Nada foi feito e agora essa enorme quantidade deve se apertar nos trens, metrôs e ônibus, gastando muito mais, e alguns, para evitar isso, virão direto de carro, ocupando mais espaço, e provocando todos esses aspectos que já mencionei.
Veja a reportagem que saiu no G1 sobre o assunto.
Sobre as linhas de metrô, aqui embaixo adiciono a malha do metrô de londres, a de New York e de SP, para que se note a diferença de extensão, de abragência e como é realmente uma malha.
A de Londres é excepcional, a de NY nem tanto, mas é muito boa. Já a de SP, tá que ainda tem q se expandir... mas as expansão nunca está no caminho certo... vejo como é quase um sistema linear, não tem muitas ramificações. Sobre ramificações, o metrô de boston é legal. Vale a pena dar uma olhada também... funciona como um trem, numa mesma estação passam vagões de linhas (cores) diferentes, que a partir de um ponto, vão para direções diferentes. Além disso eles tem um sistema de nomenclatura diferente (meio confuso no início e pra quem não conhece bem a cidade) mas é bem legal. É o Inbound (vai em direção do centro de boston) e o outbound (em direção oposta ao centro). Para embarcar, você tem que ter a noção se vai passar pelo centro ou não. É um conceito radiocêntrico, mas bem ramificado, por isso, permite uma abrangência muito boa, usando bem alguns trechos mais utilizados.
27.7.09
Cidades-sede: Recife (complementos)
Novas observações, novas análises, com mais calma.
Vejo como ponto positivo, o espaço que se tem em volta da arena em si. Mantendo este espaço a circulação livre é facilitada, ponto que alguns dos estádios apresentados não tem.
O estacionamento poderia ser mais harmonioso, bem como o trabalho de piso em volta do estádio trabalhando fluxos, acessos , paisagismo e materiais de outra forma. Parece ter tido uma continuidade da cobertura para o piso, mantendo a linguagem (teoricamente baseada na renda renascença) , mas acho que esse trabalho de piso poderia ser mais fundamentado na funcionalidade, visando uma comunicação visual que guie o torcedor em situações de emergência, destacando percursos por exemplo, sem perder a percepção do todo. Uma referência legal é o piso em volta do Allianz-arena, e do Ninho do Pássaro, ambos pelo escritório suíço de arquitetura, Herzog & de Meuron. Dos projetos nacionais, um piso que ficou interessante é o do Mineirão: limpo, simples, eficiente.
O Programa - como já salientei no post anterior, acho que o programa de atividades dentro do estádio e no entorno dele, deveria ser voltado às características do estado. Porque um shopping center? Porque, por exemplo, não poderia ser criado um local de exibição de filmes, com espaços para workshops gratuitos ou não, onde pudesse sediar eventos de cinema nacionais ou internacionais, com equipamentos adequados, com um museu do cinema nacional e com espaço para exposições temporárias. Um cineclube - Pernambuco pode ter mais cineclubes.
Como argumento da criação da cidade da copa foram dados os seguintes itens:
- Área potencial de adensamento e expansão urbana;
- Valorização ambiental;
Agora levanto as seguintes questões: porque para adensar e ocorrer a valorização ambiental, tem que ser feita uma expansão urbana. Uma expansão urbana não vai contra a idéia de ali ser uma região ainda mantida da Mata Atlãntica. Será que a valorização ambiental não seria mais apropriada ao se fazer a manutenção dessa rara região?
Adensar é sem dúvida essencial... mas não é expandindo que se faz isso. Duvido que Recife não tenha regiões onde se possa valorizar o ambiente, dar uma característica mais saudável. Não é preciso criar um espaço novo. Por mais que esse fique bom, o que não parece que acontecerá, e a recife existente?? Essa não precisa de valorização ambiental? Já é um exemplar e por isso não precisa de investimentos? Creio que não.
Além disso, o item "Arborização planejada " foi mencionado - só se for na região como um todo e em relação às espécies da Mata Atlântica, pois ali, na implantação mais detalhada, as árvores dispostas lado a lado, como as típicas "florestas" de eucalipto, não parece ser um planejamento muito adequado, nem mesmo parece ter qualquer dedo de alguém que entenda de Mata atlântica.

Sobre a opção de ter uma cobertura atirantada na estrutura das arquibancadas, tenho umas questões a salientar.
Talvez ficasse mais econômico e o projeto mais integrado se a própria textura de fechamento lateral (a tal renda) virasse a cobertura. Da forma como é apresentada, parece que são dois projetos, feitos em momentos diferentes, que não conversam, não se integram nem interagem.
O fechamento lateral (a tal renda) parece ser somente um enfeite (marcando aquela pura imagem de futilidade com a qual a arquitetura sofre... uma imagem de decoração sem intuito).
Talvez a escolha dos materiais (que confesso não saber pois não encontrei em local algum, possivelmente ainda nem fora escolhidos), possa ser suficiente para a vedação lateral e permissão de passagem de luz no interior do estádio com certa filtragem, e mesmo assim, permitindo a captação de água de chuva. A sensação que tenho é que o projeto foi feito da seguinte forma: bom, vamos cobrir para o estádio funcionar. Pronto, agora vamos enfeitar.
Idéia legal, é o parque ao longo do rio. Muitos rios hoje em dia são canalizados e com marginais em volta. O que é uma idéia completamente infeliz e responsável por grandes problemas que temos em grandes cidades, como poluição, tráfego, enchentes. Dependendo do projeto, a idéia pode ser bem concretizada dando espaço a uma margem do rio mais saudável, para a sociedade de S. Lourenço da Mata, onde podem ser realizadas várias atividades, principalmente a esportiva, se também tiver um programa de atividades bem estruturado.
Bom... se eu tiver mais complementos, posto novamente.
Homeless World Cup - Futebol com função social


Dario Bertolucci (de boné nas fotos acima, da seleção brasileira, em 2005, na Escócia.
O Futebol já é um esporte com função por ser englobar classes, cores, credos sem graaandes distinções (exceto pelos valores dos ingressos que divide o público dentro do estádio). Do ponto de vista geral, é igualitário, pelo mesmo time torcem negros, brancos, amarelos, vermelhos, pobres, ricos, classé média, judeus, católicos, evangélicos... não importa qual seja suas características, o time sempre conta com seus torcedores.
Da mesma forma que o futebol pode ter essa função social, o Homeless World Cup também visa salientar a existência de Sem tetos através de partidas de futebol entre moradores de rua de diversos países. Este ano, a edição do evento será realizado em Milão, Itália, e contará com 500 jogadores de 48 países. Segundo o ministro da defesa, Ignazio La Russa, "é uma iniciativa que une o aspecto esportivo e social, conjugando a verdadeira mensagem do esporte". Segundo o jornal italiano La Gazzetta dello Sport, o ministro também fez um convite oficial aos capitães do Milan e da Inter, Ambrosini e Zanetti, pois crê ser importante a participações desses representantes nesta manifestação.

Foto acima da localização do evento em Milão, dentro e fora da arena, em um lugar importante da cidade.
Quando morava em São Paulo, ainda sem muito envolvimento com o futebol, conheci um morador de rua, com quem sempre conversava, e que vendia a revista Ocas, na minha rua. Sempre comprei a revista dele. Numa dessas conversas, esse colega de boas conversas nas tardes antes de ir para as aulas da faculdade, mencionou participar desse evento. Seu nome era Dario Bertolucci. Hoje perdi o contato, mas sei que ele sempre está nas proximidades do Tusp ou do itaú cultural, trabalhando agora com poesias. Lembro-me que Dario disse que esse evento era realmente legal pelo contato com moradores de rua de outros lugares, o contato com a cultura do país onde o jogo foi realizado - na época, comentava do evento realizado em Edimburgo, em 2005.
Agora pesquisando, achei uma foto onde ele aparece com a seleção brasileira e alguns comentários que ele fez e que foram publicados em alguns veículos de comunicação.
"O resultado é o que menos importa. O legal foi entrar em contato com os moradores de rua de outros países e perceber que existe miséria em todo canto", Blog Bola(ção) Social.
“(A competição) é importante pela idéia de mostrar que o sem-teto é uma classe marginalizada pelo sistema capitalista que aumenta o precipício social entre todos os seres humanos”, Uol esportes.
Segundo o site oficial do evento, o Rio será a sede do evento em 2010. Na praia de Copacabana.
De repente, a estrutura para o evento poderia permanecer nas praias, não? Manter lá para uso da comunidade, sem ser feito algo temporário. Nike Brasil, Corinthians, Ministério do Esporte e Instituto Illuminatus são os patrocinadores do evento que garantem o sucesso do evento e da preparação e atendimento aos jogadores, bem como a qualidade da infra-estrutura.
24.7.09
Cidades-sede: Recife


As escadas de saída parecem não conversar harmoniosamente com o resto do projeto.



Sobre o acesso, será construída uma estação de metrô nas proximidades, também no sistema extensão e não ramificado, o que acumula tráfego. Uma estação também não é nada se não foi composto por um sistema integrado de transportes. Sobre o aeroporto, a infraero modernizará o aeroporto Guararapes Gilberto Freyre, segundo mais movimentado das regiões Norte e Nordeste do Brasil.
Sobre a segurança, isso deve ser trabalhado um plano específico para o evento, mas desde já, o aumeto do número de empregos pode colaborar com a qualidade social e, consequentemente, na redução do número de violência. Todos sabemos, que, na maioria do nordeste, não digo o nordeste todo, mas em sua maioria, as praias, orlas, onde os turistas realmente frequentam, o urbanismo e serviços são bons, garantindo uma boa viagem e garantindo o retorno desse público. No entanto, no interior, onde realmente temos nossa sociedade, a realidade é outra, camuflada e escondida do turista. A copa serve para trazer benefícios para nós mesmos! É a chance de melhorar a qualidade de vida do brasileiro através de investimentos, portanto uma copa em recife... recife, recife mesmo, traria bons benefícios sem prejudicar em nada o evento "Copa do Mundo".
Enfim, acho Recife terá um problemão sendo sede da Copa. Goiânia ganharia mais com a Copa do Mundo de 2014.Mas sendo Recife a definitiva, acho que o caminho é reestudar, reprojetar para representar o que realmente Recife é, trazendo lucros futuros a ela e ao país.
PS: Não gosto de editar meus textos para não tirar a credibilidade do que falei, no entanto, dessa vez, esqueci de sugerir um vídeo que representa bem o cinema pernambucano. É um curta que se chama o Jumento Santo... ele representa bem a qualidade da produção e mostra um forte trabalho de marcar a região desde o roteiro, quanto às escolhas de narração, cenário, músicas, etc. É realmente bom. E está dividido no You Tube em Parte 1 e Parte 2. Vale a pena ver, quem gosta de cinema é um prato cheio,"víssi"?
23.7.09
Estádio Solar


O Arquiteto Toyo Ito, projetou um estádio para o Jogos Mundiais de 2009, em Taiwan, que inclui modalidades esportivas que não são praticadas nem nas Olimpíadas, como, por exemplo, boliche, rugby e paraquedismo.

A principal característica do estádio é o seu funcionamento a base de placas de captação da energia solar, capaz de sustentar cerca de 3.300 lâmpadas e dois enormes telões. O legal que pode ser notado na estrutura do estádio é que a forma de trabalhar com painéis solares envolve a plasticidade. Muitos projetistas simplesmente querem usar a tecnologia sem trabalhar a estética junto, simplesmente "jogando" os painéis nas coberturas. Nesse caso, quase que nem se percebem que são painéis se não for de perto, pois eles tem suas formas disponibilizadas junto à estrutura para fazer o desenho da cobertura.


O estádio tem capacidade de 55.000 torcedores, tendência que se mostra há um bom tempo, mostrando que novos maracanãs não são mais viáveis, por motivos de rentabilidade e até mesmo segurança. O Projeto também tem outros pontos fortes: sua inserção, que interage com o entorno e o simbolismo do estádio que pode ser interpretado como se ele se abrisse para a sociedade, assim como os esportes apresentados ali dentro.

Ainda não entendo bem a notícia que saiu mostrando tamanha inviabilidade de painéis solares no caso do Brasil. Será que o alto custo aqui é tanto que torna inviável? Sol não falta! Em todo caso, são várias atitudes e análises específicas para cada lugar particular que tornam um projeto arquitetônico saudável. São estudos de ventos, entorno, direção do sol ao longo do ano, entre outros fatores que são diretrizes para se escolher os melhores materiais e ponderar o uso de tecnologias estrangeiras que não necessariamente funcionam aqui por termos diferentes fatores climáticos e geomórficos. Além disso, esses são fatores que influenciam diretamente na arquitetura, sem uso de tecnologia ainda, evitando usos intensos de ar-condicionado, usos de iluminação artificial excessiva. Com vários estudos a inserção valoriza percurso do ar para ventilação natural, promovendo frescor entre outros benefícios para a construção, sem necessitar o uso de equipamentos que consomem energia. Esse estudo não é tão comum ver no Brasil por parte de escritórios de arquitetura e engenharia, geralmente mais antigos, com formação mais conservadora, que são os escritório que mais tem espaço no mercado, pela experiência. Falta uma reciclagem dos arquitetos mais antigos (salvo alguns extraordinários). Acredito que a formação hoje em dia, já atenta para os fatores mais ecológicos. Mesmo assim, é deficiente! Muitos arquitetos, no início de carreira também acabam aceitando exigências de mercado, mesmo contra princípios, para ganhar espaço e aí sim, começar a botar suas características, expressividades e conceitos nos projetos de arquitetura, devemos buscar referências e moldá-las, inovando para a Copa de 2014 e ainda criar uma arquitetura brasileira exemplar, inovadora e, para isso, precisamos de espaço no mercado, ou continuaremos com nossos projetos limitados por clientes.
Para mais imagens do projeto de Toyo Ito, no site Arq!Bacana várias fotos e plantas podem ser visualizadas.
Fontes: Arch Daily, Arq!Bacana e Portal Copa 2014
18.7.09
Mané Garrincha - Esclarecimentos pelo Castro Mello Arquitetos
Perguntei ao escritório sobre a captação da água de chuva no projeto onde tem a cobertura retrátil.
Eduardo: Em dezembro de 2008 fui até a Alemanha para reuniões técnicas com as firmas GMP e SBP especializadas em soluções não convencionais para coberturas e estruturas com grandes vãos. Era justamente o que eu buscava para o estádio de Brasília. Das reuniões que lá realizamos resultou a solução com o anel envolvente ao estádio e a sua cobertura “côncava” !!! Esta solução foi desenvolvida por nós paralelamente a versão anterior até que em um momento que julgamos oportuno, nós e o GDF, apresentamos esta nova versão às vésperas da decisão da FIFA quanto às cidades sedes; Em linguagem futebolística, poderíamos dizer que foi como o técnico que só fornece a escalação do time na hora do jogo.
Quanto a sua dúvida relativa à coleta de águas pluviais, a calha interna em anel faz a captação e o escoamento se faz por gravidade para 4 pontos estrategicamente localizados junto ao último anel da arquibancada superior, exatamente onde estarão os shafts para acesso à cobertura dos dutos com cabos de energia e dados.
A outra dúvida que me enviaram é se os pilares na fachada é conceitual. Qual o motivo de terem adotado os inúmeros pilares e não algum outro tipo estrutura?
Eduardo: O “paliteiro" a que você se refere são na realidade colunatas, com referência no estádio de Berlim; no palácio da Alvorada; no palácio do Planalto; na Catedral. Conceituais? Estruturalmente, sustentam o grande anel de compressão de concreto que fará a ancoragem dos cabos da cobertura tensionada. Por entre estes pilares, se lançam as rampas de acesso do público às arquibancadas superiores, e abrem-se espaços para usos comerciais e praças de alimentação atendendo a população de Brasília. Como disse na apresentação do projeto, o Estádio Nacional de Brasília será mais um dos palácios existentes na capital, mas com um diferencial único, pois será um palácio em que o povo poderá freqüentar e vibrar com os espetáculos que irá abrigar.
Eduardo ainda complementou dizendo que "os fatores de tecnologia e custo são muito determinantes, além do aspecto plástico, que, em Brasília, tem um valor indiscutível."
Realmente tem!
Bom, acho que as dúvidas foram tiradas, graças às respostas atenciosas.
Obrigada novamente pela atenção dada pelo escritório Castro Mello Arquitetos, responsável pelo projeto aprovado pela FIFA.
15.7.09
Futebol como atrativo de capital externo
Todos sabem que o Ronaldo voltando para o Brasil e jogando no Corinthians, além de fortalecer o time, atrai a atenção para o futebol brasileiro e busca o patrocínio de empresas internacionais. Mais recente ainda, falou-se da contratação do jogador italiano Cristian Vieri, que diz ter o sonho de jogar no Brasil e que acaba de rescindir contrato com o Atalanta. Sonho este de raros europeus. A notícia é de que provavelmente será contratado pelo Corinthians para jogar no ataque junto a Ronaldo, já que sua primeira opção, o Flamengo, está financeiramente incapacitado de realizar novas contratações no momento. No futebol brasileiro é até comum encontrar talentos como Tevez e Valdívia, mas não sai da América Latina. O problema não é a América Latina, mas sim que o foco do futebol atualmente se desenvolve muito mais na Europa. Os investimentos estão lá, o futebol de altíssimo nível também, não é a toa que nossos melhores jogadores são exportados e é exatamente o que eles almejam.
Seria muito bom para o Brasil se nós melhorássemos nossa infra-estrutura para que os olhares externos se voltassem mais ao futebol brasileiro e atraíssem, assim, novos investimentos, que por sua vez, melhorariam ainda mais nossos estádios, etc. Poderíamos agir como os italianos: modernizando seus estádios. Não falo sobre atrair jogadores estrangeiros, mas melhorar a qualidade da prática do futebol: melhor salário, melhores estádios, melhor estrutura de base para alguns times, melhor segurança, marketing, etc. Dessa forma, manteríamos aqui nossos talentos, e, como conseqüência, melhoraríamos o nível do esporte em todo o país, alavancando novamente a qualidade do futebol brasileiro que se mostra defasado - como podemos ver em eliminatórias para a Copa de 2010 ou até mesmo nas últimas Copas do Mundo. Apresentamos com orgulho vários talentos reunidos e internacionalmente conhecidos, que por terem treinamento na Espanha, Itália, Inglaterra, Alemanha e no Brasil, por exemplo, têm treinamentos, táticas e estilos de jogo diferentes que não se concretizam em prol de uma boa campanha para o Brasil.
Através de um marketing mais efetivo, melhoraríamos a imagem lá fora não só do futebol, mas também do país e de nossa cultura. É a forma como o futebol pode interferir positivamente em muitos setores. Sinais de que esse marketing foi eficaz é ver a vontade de jogar no Brasil, como de Cristian Vieri, estampado nos sonhos de outros jogadores, ver nas ruas de outros países, cidadãos com as camisas de times brasileiros (como vemos aqui camisetas do Milan, do Barcelona e da Inter), ver jogos do Brasileirão vendidos lá fora, como são vendidos aqui os jogos do Campeonato italiano, espanhol, português, inglês, Bundesliga, UEFA Champions League, etc. A atenção voltada para o futebol brasileiro traria benefícios sérios ao futebol na América Latina, pois Argentina e Brasil são duas das equipes mais fortes mundialmente falando. Esses investimentos e desenvolvimento do futebol trariam imensas melhorias sociais, dariam mais oportunidades e incentivariam mais nossos atletas.
No “País do Futebol”, esse esporte poderia realmente movimentar muito dinheiro, como movimenta lá fora. Poderíamos, resumindo, melhorar a qualidade do futebol, a qualidade do evento para o brasileiro, aproveitando a nossa paixão e ainda, “de quebra”, aproveitar os benefícios que esse setor atrai. É o que nos falta: desfrutar!
10.7.09
Hospitalidade e Conscientização - referência Kaiserslautern
Cidades-sede: Rio de Janeiro

O palco do espetáculo é, obviamente, o Maracanã, que marca a história do Rio de Janeiro e do futebol. O mais legal é que as mudanças não descaracterizam o estádio, assim como no Mineirão.
(Ainda bem, porque, sendo tombado, não poderia mesmo). Mas acho estranho modificar tanto um projeto a ponto de nem ser reconhecível, como é o caso do Wembley. Pode ter melhorado, mas é outro estádio.
Sob o questionamento de uma demolição de parte do complexo do maracanã (tombado pelo IPHAN), o projeto do Rio está caminhando . No caso, iriam abaixo o parque aquático Julio Delamare e o estádio Célio de Barros, tombados pelo município. Vejo como absurda a demolição. Até contribuiria para a circulação livre em volta do estádio. Sobre o espaço que a FIFA exige, ele poderia ser feito em algum lugar, mas não por no chão estruturas relativamente boas como as mencionadas. Essa área, onde hoje estão o parque aquático e o estádio, serviria para a construção de um estacionamento. Acho que essa não é a melhor opção. Estaríamos tirando infra-estrutura esportiva (que já é pouca no Brasil) para ganhar mais um estacionamento, como mais um novo estímulo para a "comodidade" de se andar de carro. Porque não incentivar transportes alternativos e manter estes equipamentos, que ainda podem ser melhorados no futuro?
O Rio é uma cidade plana, e com uma orla linda, porque não incentivar mais ainda o transporte (turístico, lazer e de locomoção mesmo) pela cidade? Algumas ainda tem dificuldades pelas geografia (apesar de não ser grande desculpa), mas o Rio é a cidade que é ideal para o uso de bicicletas.
Mais especificamente sobre o projeto: as maiores modificações será a cobertura, acessos internos e arquibancada. Hoje a cobertura é bastante pesada e cobre somente parte do estádio. Visando uma melhor proteção e conformo ao torcedor, a cobertura protegerá 100% da arquibancada com parte dela sendo em material transparente e mantendo parte da iluminação natural.
Li uma vez a tese de mestrado, "Estádios: 4 casos brasileiros", de Álvaro Augusto Cerqueira de Aguiar, SP, de 2003. Pode até estar desatualizado até agora, mas algumas coisas ainda valem. Nesse tese, o autor analisa o Maracanã, o Morumbi, a Arena da Baixada e o Pacaembu. Sobre o Maracanã, foi citado que a recepção de luz solar está em 2000 lux, muito acima ao exigido na época 1200 lux. Não tenho a informação de quanto é exigido agora, mas imagino que com o uso do material, essa quantidade de luz não modificará muito, deverá atender muito bem... acima do que os outros estádios proporcionam, sem dúvida.
Sobre as arquibancadas, conforme o relatório "Vitrine ou Vidraça", sobre os desafios das cidades perante a copa, o Maracanã deverá ter suas fileiras mais próximas trabalhadas já que não tem visibilidade boa.
Sobre a circulação do estádio, ele é feito por duas grandes rampas em lados opostos do estádio. No entanto, a circulação interna é defasada para acessibilidade de pessoas com deficiências físicas. Essa deve ser a grande melhoria que o estádio deve sofrer.
A questão da acessibilidade ao estádio deve ser trabalhada, já que hoje o foco é a estação do metrô que fica insuportável após jogos pois a torcida toda não se dispersa no caminho lotando a estação, vagões e trajeto, onde é necessário, as vezes (como foi no encerramento do Pan), fazer barreiras de controle para liberar aos poucos as pessoas para entrar na estação, causando um bom tumulto. Melhorias nas linhas do metrô (trajeto e estações) são essenciais. Um estudo já foi realizado, incluindo um projeto urbanístico mais amplo ainda, trabalhando não só o fluxo mas a questão paisagística (árida atualmente mas que poderá contar com espécies da Mata Atlântica) e sustentável. A proposta*, elaborada pelo Artetec Arquitetura e Construções apresenta um estacionamento suspenso com vagas para carros e bicicletas, acima da linha ferroviária, integrada com passarelas de acesso ao estádio e um terminal intermodal (foto abaixo). Parece bastante completo.

A foto acima é uma maquete que não é de brilhar os olhos, no entanto, mostra um conceito interessante para esse projeto, que pode ser ainda melhorado no desenvolver do projeto, digo isso pelo design.
Uma preocupação que tenho, é com a interpretação do possível uso de placas solares. A idéia parece boa, mas tem que se ter muito cuidado ao utilizar as placas para que não suma a arquitetura e todo o trabalho dos materiais utilizados. Placa solar não é a única solução sustentável. O aproveitamento da luz solar, estudos de fluxos de ar, de brises (barreiras para sol forte - como no Copan em SP), são formas dentro da arquitetura para trabalhar essa questão. Essa proposta parece entender essa questão, por isso apresentam o seguinte desenho:

Outro exemplo de arquitetura no mundo é do Arquiteto Renzo Piano, que também trabalha muito bem dessa forma. É um dos arquitetos que considero ter uma das melhores habilidades de trabalhar com a arquitetura para resolver esse tipo de empasse, isso porque seu escritório é tem um setor de workshop, onde pesquisas e experiências são feitas. Na imagem abaixo, dá para ver como é funcional e, por isso, econômico.

De qualquer forma, o Portal da Copa, divulgou uma matéria sobre um estudo que parece ter sido feito sobre o custo/benefício dessas propostas ser inviável.



As imagens acima foram retiradas do site do Arquiteto Paulo Casé, e é para a sede fixa da CBF, em um terreno cedido para o comitê, junto ao Museu do Futebol (???)
Queria saber de vocês, se alguém sabe o que acontece com essa programação. Lembro-me de ter visto o Museu do Futebol no próprio Maracanã. Até achei no wikipedia o museu para ver se eu não estava enganada. Alguém tem alguma notícia sobre esse museu que já existe e foi inaugurado em 2006. Ele vai ser transferido? ou concorrerá com OUTRO museu do Futebol? Acho impossível que tenham tido essa idéia estúpida. Espero que alguém tenha informações.
Sobre esse projeto, não tenho muito mais material sobre ele, mas achei uma arquitetura chata, super vanguardista (como é mesmo o perdil do arquiteto), e acho que os elementos e a linguagem adotada não tem nada a ver com a cidade do Rio. Não me convenceu muito.
O Rio também pretende ter o Centro de mídia.
Sobre o meio ambiente, o Rio de Janeiro promete controlar qualidade do ar, manter a qualidade da Lagoa Rodrigo de Freitas e em Jacarepaguá, e manter boa a balneabilidade das praias. Senti falta de mencionarem qualquer coisa sobre a Baía de Guanabara que é praticamente a porta de entrada para quem vem de ônibus. Vi também muitos problemas na região central, assim como é no centro de SP, tudo muito vandalizado, uma aparência de abandonado em algumas regiões. Sem contar na falta de segurança.
Outra coisa que me preocupa é a prostituição, extremamente explícita em copacabana. Afinal, queremos melhorar não só a imagem do país, mas da mulher também, que sofre muito preconceito fora do país. (digo porque já senti na pele!)
O Rio pretende fazer a urbanização de algumas favelas, conforme o relatório do Sinaenco. No entanto, essa é uma questão contraditória. Não entrarei muito no mérito, muito mesmo porque não tenho uma solução, mas deixarei brevemente meu ponto de vista. Urbanizar é quase que regulamentar. Se as favelas não eram para estar ali é porque tem um motivo, na maioria das vezes ambiental ou simplesmente pela segurança das construções devido à geografia. Urbanizar é aceitar e não fazer nada para recuperar. Não sei qual é a resposta, mas certamente não concordo com esta.
A rede hoteleira é bastante vasta, muito mesmo por ter o carnaval e reveillon como eventos mundiais, mas, mesmo assim, 19 novos hotéis devem ficar prontos até 2011. O Rio também tem experiência com a organização durante o evento, como o Pan (durante o evento)
Sobre minhas experiências no Rio de Janeiro, acho que também deve ser implementada uma fiscalização mais severa no trânsito. Lembro de passar apuros com os motoristas malucos, correndo em excesso em ruas movimentadas próximas à orla. Mas não são só os ônibus, os motoristas de carro também dirigem a toda velocidade. Sobre taxistas, não sei se, infelizmente tive uma má experiência, mas os dois taxistas que peguei tentaram fazer o maior caminho possível, pensando que eu estava perdida e também não foram nada educados. Enfim, é uma questão a ser trabalhada se não fui eu a azarada. Fora isso, todos os outros setores, principalmente o comércio, foram super receptivos, hospitaleiros. Albergues poderiam ter mais, principalmente porque muitos países europeus estão acostumados com isso. Os dois onde fiquei no rio não eram dos piores. Mas um deles não tinha nem um armário para guardar as malas.
Enfim, isso são experiências que tive.
Sinto que ainda faltam coisas a ser mencionadas, quem lembrar de assuntos que deixei de lado, por favor mencionem que complementarei nos comentários.
Ahhh, quem souber o que é ao certo a torre e esplanada que está na imagem geral do maracanã, favor comentar!!!
Acredito que o Rio tenha vários projetos a serem desenvolvidos, de conscientização, segurança e infra-estrutura, mas será uma boa sede. Sem dúvida! Não há como ir ao rio e não se apaixonar pela cidade. Contrastante, mas linda! Conheço até alguns estrangeiros que vieram para visitar favelas, e tem até passeios turísticos por elas.
6.7.09
Cidades-sede: NATAL

2.7.09
Salão do Turismo e a Copa 2014
Ano passado prestigiei o evento, e foi, realmente, muito bom. Sugiro que, para aqueles que estiverem em São Paulo, e com tempo disponível, visite a feira que é muito legal para conhecimento mais a fundo da cultura de cada estado.
A participação e entrada são gratuitas mas deve ser feita uma inscrição no site, na área "Núcleo do Conhecimento". Não pode entrar na hora sem fazer a inscrição, previamente, no site: www.salao.turismo.gov.br . Lá tem a programação completa. A partir de amanhã estarei conferindo as palestras e debates desse ano.
Data: 1° a 5° de julho de 2009, em São Paulo - SP
Local: Parque Anhembi
Endereço: Avenida Olavo Fontoura, 1209, Santana, São Paulo/SP