Livraria Cultura

28.10.09

Plano Urbano do Rio e das Olimpíadas 2016 e a referência de Barcelona

Conforme notícia elaborada pela BBC, o Prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse que "o planejamento do Rio é o planejamento dos jogos olímpicos, e o planejamento dos jogos olímpicos é o planejamento da cidade."

Como referência para sucesso desse planejamento, o Rio de Janeiro se espelha em Barcelona - felizmente! Barcelona é o melhor exemplo de sucesso urbano ao sediar um megaevento esportivo. No caso, a referência é ainda mais potencializada pelas características semelhantes do Rio com Barcelona.

Além de ter a possibilidade de potencializar o Rio de Janeiro, grandes cidades como São Paulo, Curitiba, Salvador, Belo Horizonte, entre outras, podem ter benefícios em relação ao turismo, ao despertarmos mais interesse. Além disso, o porto de Santos e todo o litoral pode lucrar muito com o evento.
O site vitruvius, referência em textos sobre arquitetura e urbanismo, salienta em um breve texto, uma questão que levantei algumas vezes: os concursos e a abertura democrática aos projetos para esses investimentos urbanos. Leia o texto - são somente 9 linhas. Falta espaço para que os projetos sejam trabalhados, apresentados, e aí, escolhidos os mais interessantes para a cidade, para os jogos e para o país - da forma mais transparente possível.

Voltando a Barcelona, o evento olímpico trouxe grandes investimentos ao esporte e principalmente à cidade, tornando-se referências em diversos pontos. Deu tão certo que a Espanha tentava com toda a força ser sede das olimpíadas de 2016 com a candidatura de Madrid, para ganhar investimentos agora nessa região do país - futuramente apresentarão uma proposta ibérica = soma de Espanha e Portugal, conceito esse que pode aparecer mais nas próximas candidaturas. É em Barcelona que estão Las Ramblas, espécie de calçadão, com vida 24horas por dia, garantindo segurança à região. As Ramblas, priorizam os pedestres, mas permitem a passagem dos carros. Trabalhando o piso e o nível do mesmo, o motorista se sente invadindo o espaço do pedestre, respeitando-o. Além desse respeito, o incentivo ao pedestre, somado aos ciclistas, que de certa forma também ganharam espaço, aumenta o contato com a cultura, com os problemas e potencialidades da cidade, despertando uma nova visão dos cidadãos. A Vila olímpica serviu de moradia e revitalização de um bairro que sofria com vários problemas e todo o seu porto, que antes era degradado e mal visto, recebeu grandes investimentos. São inúmeros investimentos e acho digno de um post exclusivo.

Acho o posicionamento do Rio de Janeiro, ao aceitar referências, exemplar. Se temos exemplos de sucesso, devemos estudá-los e adequá-los às nossas realidades e necessidades.

Já em relação à prática dos esportes no país, o portal Máquina do Esporte, publicou uma reportagem onde mostra a preocupação com o incentivo aos praticantes e o posicionamento que devemos tomar: buscar a visibilidade da Copa e Olimpíadas no Brasil para conseguirmos rechear nossa agenda de mais eventos esportivos. Vejo essa idéia como fundamental! O simples saber desses eventos, já começa a instigar nossos cidadãos e, consequentemente, aumentar o números de atividades e atletas por todo o país.

4 comentários:

  1. Lilian,

    Qdo se fala em planejamento urbano, um item que sempre focam e a mobilidade. Na sua visao, como arquiteta, quantas faixas deveriam ter as avenidas e as ruas de uma cidade? Porque uma cidade hj pq pode ser uma metropole amanha. Como e pensado este crescimento?

    Sobre a organizacao das cidades em si, no estilo americano as zonas residenciais so tem residencias. O que, a meu ver, isola as pessoas mas cria um incentivo pra elas participarem de alguma organizacao. Ha inumeras organizacoes nos EUA. E fato.

    No nosso caso, as zonas residencias tem pequenos comercios, em geral bares ou pq supermercados. Vc acaba conhecendo todo mundo, mas nao ha muitas organizacoes. Os brasileiros nao participamos de muitas organizacoes, participamos?

    Se a vc fosse dado o planejamento do Rio pras Olimpiadas e, consequentemente, pos-2016; como vc trabalharia o planejamento da mobilidade e do zoneamento? Como um lugar pode ao msm tempo ser "acolhedor" e incentivar a "participacao organizada"? Sempre lembrando que, antes de pensarmos em banir os carros e preciso considerar o chavao da valorizacao imobiliaria: NO PARKING, NO BUSINESS, NO MONEY.

    Parabens pelo post.

    Pedro

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  2. Oi, Pedro

    não consigo dizer quantidades de faixas ou dimensões de vias pois depende de um estudo de fluxos e de uma diretriz que deve ser adotada - um conceito. Além disso, acho que as vias para automóveis é somente um dos vários problemas ao considerarmos o trasnporte. Devemos apostar na integração de sistemas de transporte: aéreos (aviões e helicópteros), carros, pedestres, ciclistas, marítimos, sobre trilhos (trens, metrôs, e outros demais tipos). Devemos trabalhar uma malha abrangente e que se integre facilmente, com sistemas de tickets únicos, onde o trajeto de qualquer cidadão possa ser mesclado.

    Sobre o estilo americano, não vejo como o ideal a ser seguido e não sei se é exatamente esse sistema que influencie na participação dos mesmos em organizações. Mas o tipo de educação que é dada. Não me lembro se é Finlândia, Suécia ou Alemanha, mas eles são os que mais colaboram com organizações... indiferente do sistema de organização das cidades.

    Realmente o brasileiro não participa muito, mas acho que é cultural e falta de conscientização.

    Sobre o planejamento do Rio... aí você me pegou... dependeria de consultoria de muitas pessoas pois não se faz isso sozinho... mas, novamente, dependeria de integração de sistemas para garantir a mobilidade e sobre o zoneamento, teria que estudar o caso específico dorio... mas de qualquer forma, o departamento de fiscalização e o meio ambiente teriam que trabalhar. Também acho que concursos públicos de projetos urbanos garantem uma maior variedade de boas opções, novas visões q podem proporcionar bons resultados, além de ser muito mais justo que o direcionismo que vemos em mega empreendimentos públicos.

    Espero que tenha respondido... essa foi díficil

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  3. Lilian e Pedro,

    Morei no Estado do Rio por 30 anos.
    10 anos em Nova Iguaçu (Baixada) e 20 anos entre Copacabana, Barra da Tijuca e Freguesia (JPA). O Rio tem de investir em transporte coletivo de massa e de qualidade. METRÔ, FAIXAS EXCLUSIVAS PARA ÕNIBUS, VEÍCULO LEVE SOBRE TRILHOS (entre a Barra e o centro, via zona sul), TRANSPORTE DE BARCAS (Barra - Centro).

    Foi, este, um dos fatores que me fez sair do Rio, o trânsito.
    O tempo de minha vida que perdia no trânsito: 5h/dia - 30h/semana - 1560h/ano ( EM MÉDIA).

    Ou seja, passava cerca de 65 DIAS PO ANO, no trânsito. Indo e vindo do trabalho, de visitas a campos, CTs e Estádios, levando ou pegando meu filho do colégio.

    Não há qualidade de vida quando se perde tanto tempo em deslocamentos. . . Não há dinheiro que pague este tempo de vida perdido.

    Como tambén, não há viabilidade de realização de grandes eventos se não se investir em transporte coletivo seguro, eficiente e limpo (ecologicamente falando).

    ARTUR MELO

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  4. - caro Prefeito Eduardo Paes, como bem disse é momento o portuno para revigorarmos o turismo, porém acredito que adequado tb é que se criem cenários para o futuro de modo que ao mesmo tempo no qual estamos dispondo de capital para a organização da estrutura necessária às Olimpíadas, possamos beneficiar a cidade a exemplo de seu antecessor Pereira Passos que previu o cresimento do município e criou infraestrutura para tal a saber o alargamento da Av. Presidente Vargas, Aterro do Flamengo (não sei ao certo se foi obra dele) enfim, que se faça uso adequado deste capital.
    Finalizando, no que tange à circulação de pedestres e reipeito por parte dos motoristas, mire-se no exemplo de Brasília, onde há extremo respeito por parte dos motoristas disto fiquei sabedor ao conversar com guardas que auxiliavam no policiamento do Panamericano anos atrás.
    Cordialmente,
    Theodoro de Carvalho Filho
    (21) 2547 8304
    (21) 8745 1991
    theodoro_carvalho@terra.com.br

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