http://www.universidadedofutebol.com.br/Universidade09/2009/05/1,2021,MODERNIZACAO+VISIONARIA+DOS+ESTADIOS+ITALIANOS.aspx?p=4
Depois de sair na capa do The Wall Street Journal, no qual a Itália é caracterizada por ter o campeonato mais deficiente da Europa e, há tempos, em declínio, o país mostra que se prepara para a modernização de seus estádios. O primeiro time que iniciou esse desenvolvimento em série foi a Sampdoria, embora quem tenha realmente realizado tenha sido a Juventus, que tem a previsão de conclusão de seu novo estádio para julho de 2011. Com capacidade de 40.200 torcedores, o projeto do clube de Turim propõe uma arena junto a uma zona comercial e uma grande área verde pública dando maior ênfase à circulação, aos padrões máximos de segurança e à ausência de barreiras arquitetônicas. Esteticamente, já podemos notar que se trata de um estádio com um padrão de qualidade mais próximo dos padrões europeus.
Logo em seguida da Juve, outros times se manifestaram no desenrolar de seus próprios projetos e investimentos, como a Fiorentina, Roma e Lazio, Palermo, Udinese, Inter e possivelmente o Cagliari. A primeira agremiação é a que parece ter um empreendimento mais ambicioso: une o estádio a uma rede hoteleira e um parque temático “futebolístico”, o primeiro no mundo, que já foi considerado a futura “Disneylândia do futebol”.
O hotel, neste caso, é fundamental ao suporte do parque e, principalmente, à validação do estádio para grandes campeonatos europeus ou possíveis Copas do Mundo, exigência da Fifa. Além disso, se aproveita de uma arquitetura mais abstrata para atrair o turismo.
O projeto da Sampdoria foi o primeiro apresentado, mas aguarda uma posição do governo, que alegam que a construção de um estádio é o último dos problemas na região. Embora não enxerguem que exatamente ele pode ser o solucionador direto e indireto de muitas carências sociais. Até dezembro de 2009, a equipe do Sul da Itália espera que as obras sejam retomadas – ou, então, será aberta mão de um projeto interessantíssimo.
O Palermo, por sua vez, foca na utilização diária do estádio, principalmente pelos italianos da região, mas também não rechaça ideia de acentuar o turismo. Em Udine, uma reestruturação da cobertura e das funções, comércio que o estádio pode abrigar, é estudada.
Roma e Lazio, que apresentam seus projetos dia 5 de maio, estão bem avançados, “só” faltando um local definido para sua inserção (?) – um tanto estranho ter um projeto sem ter as diretrizes básicas para o que todo arquiteto ou engenheiro considera ser instrumento mínimo para começar um projeto que visa melhores estudos de circulação, urbanismo, estrutura, etc. -, no entanto, demonstram preocupação em acompanhar o investimento italiano.
Resumidamente, o que dá para ser notado é que todos fizeram uma profunda pesquisa, principalmente dos estádios ingleses, alemães e alguns dos estádios portugueses. A maioria concorda que o modelo a ser seguido é o modelo inglês, pois proporciona melhor visão aos espectadores, melhor segurança e onde acontecem diversas atividades que sustentam os custos de manutenção do estádio.
No entanto, há uma grande semelhança de algumas propostas com os estádios alemães, em especial a Allianz Arena, de Munique, onde jogam o FC Bayern München e o TSV 1860, e também com o estádio de Gelsenkirchen, onde joga o Schalke 04. O fato é que a Itália não só quer alcançar o nível de infraestrutura europeu, mas também quer superar esse padrão de qualidade. Embora o processo venha acontecendo de forma lenta, muita dedicação é o lema dos times italianos.
Imagens da proposta da Fiorentina,
Possíveis razões da situação atual
Há um estudo histórico–sociológico que justifica um pouco o que foi mencionado no jornal americano. Segundo Gianlucca Vialli, a explicação mostra uma relação da história da Inglaterra e da Itália à relação desses países com o esporte.
Considerada um dos maiores destaques em qualidade do futebol e infraestrutura, a Inglaterra conquistou o mundo a partir do momento em que se dedicou ao ataque. Já a Itália, depois do declínio do império romano, foi sempre invadida e nunca aprendeu a se defender. Dessa forma, chega-se à conclusão de que a Itália espera sempre estar em situação crítica para tomar uma posição, como podemos notar agora, que se manifestam para reconquistar o prestígio do futebol no país.
Além desse estudo, há outros motivos que podem ser levantados como razão dessa forma acomodada como a Itália se comportou nesses últimos anos: o comportamento social baseado na maternidade e os escândalos de corrupção, pelos quais o futebol passou.
A sociedade italiana é uma organização na qual os indivíduos demoram para largar a casa da mãe – isso demonstra uma falta de independência, uma demora de todos para partir para a conquista de suas necessidades. Não é uma crítica, mas é a cultura da nação local.
Juntando aos escândalos de corrupção, que custou à Juventus dois títulos e que resultou, também, em penalizações ao Milan, Lazio e Fiorentina, o futebol italiano sofreu com a perda pela paixão ao futebol de muitos torcedores. Esse fator se mostra visível pela queda de público de 25% no Calcio, enquanto, na Inglaterra, a nação visionária, um aumento de 18%. A Alemanha, que também se mostra agressiva nesse setor, teve um aumento de público de 20%.
A Itália, com esses resultados negativos, parece agora se dedicar a reverter o que a faz levar críticas e buscar não só a melhoria, mas a superação. Essa atitude levará o país a uma maior evolução ainda no futebol da atual campeã do mundo, assim como recuperará seu público torcedor e ainda terá grandes retornos financeiros às equipes.
Bibliografia
http://www.gazzetta.it/Calcio/SerieA/Squadre/Fiorentina/
http://www.ilmessaggero.it/articolo.php?id=55590&sez=HOME_SPORT
http://www.juventus.com/
http://www.repubblica.it/2009/03/sport/calcio/wsj-serie-a-in-crisi/wsj-serie-a-in-crisi/wsj-serie-a-in-crisi.html http://www.studiozoppini.it/
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