Bursa é uma cidade na Turquia onde seu estádio é o que mais recebe jogos do time Bursaspor cujo apelido é Yeşil Timsahlar (crocodilo verde). Timsah significa crocodilo, em turco, e foi aí que nasceu um projeto, talvez até um pouco cômico, que usarei para mostrar um ponto de vista que defendo, mas com ressalvas.
No entanto, mostrarei dois projetos distintos para a mesma cidade e ambas possuem uma simbologia relacionada ao tal 'crocodilo verde' mencionado acima. Na verdade, uma tem simbologia, a outra é tão explícita que não se refere mas se mostra nítida a idéia.
Em 2009, tive o contato com um fornecedor do ETFE, em São Paulo, onde conheci bem o material e como exemplo de utilização, foi mostrado o projeto, ainda em estudo para um estádio na Turquia, pareceu um tanto estranho, mas agora, que saiu o novo projeto resolvi dar uma olhada melhor e abordar este assunto. O estádio em questão é o seguinte:






Apesar do projeto mais antigo utilizar um material de excelente qualidade, o ETFE, nota-se que a forma nítida de crocodilo que foi adotada limita o estádio para expansões ou até mesmo reduções, como também beira o cafona, na minha opinião como cidadã e como arquiteta (tanto pela falta de sensibilidade arquitetônica quanto pelos raios de luz saindo dos olhos do crocodilo com a iluminação noturna). Acredito que a outra proposta, a mais nova, remete ao simbolo do time, permitindo, ao mesmo tempo, com que a arquitetura flua melhor obtendo melhores resultados. Neste segundo caso, onde a cobertura faz lembrar escamas, a ampliação pode ser facilmente obtida sem grandes transtornos além de ter sido pensada modularmente, facilitando o uso logo abaixo da cobertura, como mostrarei em um futuro post.
Não entro na questão ainda dos projetos propriamente ditos, mas do conceito da forma. Nem os problemas de inserção no terreno da primeira proposta, nem mesmo soluções geniais da segunda, são alvos deste post.
Esta postagem foi mais para mostrar como um mesmo conceito pode ser abordado de formas diferentes por profissionais diferentes. Mostra também como materiais bons podem ser empregados ainda com qualidade mas em projetos problemáticos. Ainda mais, pretendo salientar o quanto é adequado, para obras de porte grande (mas também um pouco menores) uma segunda opinião, como em casos médicos, por exemplo, valorizando a realização de concursos de arquitetura onde o conceito inicial é apresentado, deixando o executivo somente para soluções mais adequadas ao cliente. O Brasil ainda precisa disso, embora 2011 tenha tido uma maior quantidade, está bem distante da quantidade em outros países. Emprega-se melhor o dinheiro público ao mesmo tempo que valoriza bons profissionais.
A próxima postagem dedicarei à proposta mais recente que tem pontos interessantíssimos a serem mostrados. Espero que gostem. Somente como uma menção extra, o que acham da comparação da proposta do crocodilo verde com a do
Estádio Solar? Bastante semelhantes, não? (a não ser pela qualidade)
Fontes: