Sempre que nos deparamos com pessoas que visitaram a Índia, Tailândia e alguns outros países ouvimos comentários negativos sobre limpeza e odores urbanos. Fato é que na Copa 2014 teremos muita mídia internacional no Brasil que buscará tanto os pontos positivos, culturais mas também o drama social e outros pontos negativos. Nossos rios são os cartões postais mais negativos que temos. A FIFA elegeu a Copa do Mundo 2014 como a Copa dos "Green Goals". Deveríamos portanto, dar continuidades aos projetos já elaborados e abertura a novas propostas para iniciar o trabalho para ter resultados próximos e indicar futuras melhorias e saneamento ambiental.
Desde já, seria ótimo que artistas plásticos e o poder público se unissem em prol de campanhas de limpeza urbana, como foi feito em 2008 por Eduardo Srur, colocam garrafas PETs gigantes nas margens do rio Tietê (Leia mais aqui). Fato é que as campanhas e discussões tem que ser feitas de várias formas, em várias mídias (sociais, televisivas, na internet, rádio, presencial e em impressos) e em vários locais, não somente na capital paulista, por exemplo, mas no âmbito nacional e em escolas. A instrução das crianças já se demonstrou bastante efetiva, pois além de formar caráter, esses pequenos cobram seus pais.
Recentemente foi apresentado o novo projeto de parque que envolve cerca de 75km do Rio Tietê, mantendo suas sinuosidades. Quem assina o projeto é o Arq. Ruy Ohtake que afirma que "a cidade roubou quase 70% da várzea.
Conforme a cidade foi se estabelecendo, os rios perderam suas curvas e foram canalizados. Esses são os motivos, além de muitos outros, como impermeabilização urbana e poluição, das grandes enchentes que temos todo começo e fim de ano. Projetos como esse servem para amenizar esses problemas, tentar recuperar a fauna e flora que pode transitar nesse eixo ao longo do rio, e proporcionar melhorias na qualidade do ar.
O projeto do Arq. Ruy Ohtake também prevê uma ciclovia de 140km, que pode trabalhar a favor da sociedade que tem buscado e conquistado aos poucos melhorias nesse sentido. O trecho trabalhado está próximo de Cumbica e a nova arena do Corinthians podendo buscar novos olhares internacionais (apoio e credibilidade) para os nossos rios. A obra estará parcialmente pronta para 2014.
A proposta também se une à habitação social que tira habitações dessa várzea, com risco de inundação já que muitas estão também inseridas bem no meio do rio, como palafitas (casas sobre as águas sustentadas por pilares).
Enquanto a ocupação das cidades sempre foram baseadas na proximidade dos rios, desde civilizações antigas como a ocupação no Brasil, atualmente o brasileiro vive uma situação distante das águas, voltando as costas para os rios, negando-os. Os rios brasileiros são subaproveitados para transporte, lazer e muito se deve a poluição, que só acontece por falta de educação básica e pela cultura de não valorizar nossos cursos. Muitas culturas valorizam suas águas com projetos públicos que podem ser promovidos pelas prefeituras, diminuindo a poluição. Muitos estudos já foram feitos, mas pouco levamos adiante.
Abaixo, algumas propostas interessantes para o uso dos rios:
Workshop MIT- FAU-Mackenzie-FAU-USP:
-Portos Urbanos (abaixo, proposta para o Pari, pela equipe do Mackenzie) e Estudo de Pontos de tratamento da água (por Sadia, do Paquistão, e Sagree, da Índia - ambas do MIT) para o Rio Tietê - clique para visualizar em outro link a proposta.
Minneapolis Riverfront Competition Finalist:
- Usos de lazer a beira-rio
City Deck:
-Deck transporte e lazer ao longo do rio - autoria do escritório Stoosslu.
Para o Brasil, onde o futebol de várzea foi ponto inicial para o desenvolvimento do esporte, nossos cuidados com os rios são vergonhosos. A Copa do Mundo 2014 poderia muito bem aproveitar o futebol, e valorizar suas origens, hoje tão menosprezadas.
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