Mais frequentemente temos visto os elementos têxteis sendo empregados na arquitetura mundial. No entanto, no Brasil, ainda há uma repressão por parte dos clientes em não querer sair muito do convencional, por medo de arriscar ou por medo dos custos, os materiais nem sempre são bem vistos.
Observando as
propostas arquitetônicas dos estádios da Copa 2014, podemos notar que pouco
estamos saindo do que geralmente fazemos. Pouco inovaremos e, muito menos, investindo em
tecnologias e materiais que, no Brasil, ainda são raramente usados. Até mesmo
pudemos ver, em um dos casos, que a cobertura seria provavelmente em policarbonato, mesmo sabendo
que este material amarela com o tempo e tem uma durabilidade curta. É vendo este
posicionamento que podemos nos questionar de onde vem este problema. Estaria
ele nas especificações dos arquitetos e engenheiros ou na visão errônea de economia por parte do
cliente, que não vê em longo prazo? A meu ver, são erros que vêm das duas
partes. Alguns materiais, como o ETFE, por exemplo, é pouco conhecido dos arquitetos. Na verdade conhecem, mas não sabem das suas reais propriedades e ainda tem em mente de que é muito caro e o cliente nunca via aceitar.
No entanto, a durabilidade dos têxteis é superior à de materiais como os policarbonatos e muito mais leves pois juntam-se à coberturas metálicas como, por exemplo, á estruturas de alumínio esbeltas. Além disso, os textêis trazem uma infinidade de texturas, portanto, identidade ao projeto e liberdade à forma arquitetônica.
Mostro aqui, alguns materiais e referências:
ETFE
Clique para ampliar
As duas primeiras imagens são do Allianz Arena, em Munique, que não me canso de mencionar devido a tantos atributos. A última imagem é do Cubo d'água, em Beijing. O ETFE tem inúmeras propriedades: durabilidade alta, em casos de incêndios se reduz totalmente - já que é um colchão de ar que estoura a película praticamente desaparecendo enquanto queima -, é autolimpante, extremamente leve, pode ser retrátil, é ecônomico, é totalmente reciclável, permite ventilação, e pode ter texturas e efeitos que passam a luz com mais ou menos intensidade, conforme a textura da almofada que se regula conforme é inflada. Permite trabalho de cores e translucidez podendo ser usado como cobertura e/ou vedação.
A grande barreira do ETFE é que fica caro para o Brasil por não termos produtores no país, tornando o transporte na importação o grande responsável pelo encarecimento de seu emprego. No entanto, na China, para a construção do Cubo d'água, foi instalada uma fábrica no país, o que passa a baratear o material para outras construções. Só que no Brasil não há esse uso intenso que possa trazer uma fábrica e benefícios posteriores que abririam um leque enorme de opções para a arquitetura brasileira. Segundo um dos produtores, é um material que pode ser utilizado em projetos grandes ou pequenos, mas para que não seja muito caro, a fábrica tem que estar perto ou se torna inviável.
Possível uso do ETFE na copa é na arena de Manaus (abaixo), com um estudo muito bem feito, fazendo jus à qualidade do material.
PTFE
Propriedades contra fogo. Há doi tipos, feitos de PVC/poliéster e de fibra de vidro. A de fibra de vidro é muito mais resistente ao fogo, já a primeira tem sua degradação em torno de 70-80º e suas amarrações começam a se desprender por volta dos 100º, o que ajuda com a dissipação do calor.
O material também tem propriedades térmicas adequadas e o ruído com a chuva é minimizado, diferente de coberturas metálicas que é maximizado. Efeito acústico, portanto, é melhor.
O estádio Green Point, em Cape Town, na África do sul usou PTFE em sua vedação. Veja a aplicação.
Leia mais sobre o PTFE aqui.
Outro exemplo de uso de PTFE é no estádio único da cidade de La Plata, na Argentina, com uma forma muito mais comum, tensionada em forma de tendas, neste caso, unidas. (Leia mais sobre ele)
Outros usos de têxteis em estádios com funções interessantes:
No Stadium du Littoral, feito pelo OLGGA Architects, o têxtil tem uma função diferente, delimitar espaços, manter a transparência ao mesmo tempo que dependendo da iluminação, mantém a privacidade. Funciona como uma tenda, tensionada mas sem função de vedação.
Importante que a leveza dos têxteis permite remodelações de projetos sem mudar tanto a estrutura original de um estádio. Pode ser apoiada em algumas estruturas (como no caso do ETFE onde a estrutura é levíssima) ou pode ser independente da estrutura das arquibancadas, como é o caso do allianz arena, dando liberdade total ao arquiteto.
Fontes:
Folder Vector Foiltec
Texto super mal escrito... confuso!
ResponderExcluirDesculpe-me. Estou sempre tentando melhorar o modo como escrevo. Mas espero que tenha entendido um pouco, ou pelo menos, tirado as conclusões pelas fotos.
ExcluirLilian gostaria de saber se existe esse material no brasil e se existe gostaria de saber aplica-lo.Aguardo retorno obrigado.11 975847224 Sérgio
ResponderExcluirEntão, ele não é fabricado no Brasil ainda, infelizmente. Mas há representantes na América Latina. Quando escrevi esse artigo, o representante era o Rui marques, ele é português entre em contato com ele por este email e ele pode te ajudar. Sei que a empresa produz e aplica, pois é uma mão de obra espefíca e eles querem garantir a qualidade. Converse com ele Rui.Marques@vector-foiltec.com
ExcluirAbraços